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Juro de 9% incentiva aplicação de mais risco

Em cenário de queda das taxas, fundos multimercados, que incluem ações e moedas na carteira, ganham espaço

Investidor só deve procurar alternativas mais arriscadas se o objetivo for o longo prazo, dizem analistas

DE SÃO PAULO

Os juros mais baixos do governo, de 9% ao ano, deixaram o investidor que costuma aplicar em renda fixa em situação difícil para manter a rentabilidade de antes.

Poucos fundos DI (referenciados em juros), que já foram os mais populares no país, rendem agora acima da poupança.

Para Mauro Halfeld, professor e analista de investimentos, há hoje poucas boas oportunidades na renda fixa.

Mesmo no Tesouro Direto, site que vende títulos do governo, diz Halfeld, os papéis indexados à inflação já pagam menos de 5% de juros ao ano mais o IPCA (índice oficial de variação de preços).

"Vai cair mais. O leitor precisa ficar de olho nas taxas de administração dos fundos DI e dos planos de previdência. Os pequenos podem se proteger com a poupança, mas as regras [de rentabilidade] devem mudar em breve."

DIVERSIFICAÇÃO

Rafael Paschoarelli, professor da USP, diz que só os fundos com taxa de administração de até 1% ao ano conseguem pelo menos empatar com a poupança em caso de resgate antes de seis meses. "São poucos os fundos com taxas que compensam. O investidor vai ter de pesquisar."

Nesse cenário, os fundos multimercados, que mesclam aplicação em ações, moedas e derivativos (contratos com vencimento futuro), têm sido mais procurados.

No 1º trimestre deste ano, eles tiveram captação líquida de R$ 12,2 bilhões, segundo a Anbima (associação das entidades do mercado). No mesmo período de anos anteriores, quando os juros eram maiores, os multimercados tiveram resgate líquido (saques superaram as aplicações).

OBJETIVO

Valter Police, planejador financeiro pessoal, diz que, no contexto atual de juros baixos, é válida a procura por investimentos mais rentáveis, dependendo do objetivo.

"Se está em questão uma reserva para emergências, não há necessidade; o ideal é que o dinheiro fique em aplicações conservadoras."

Mas, se o foco é um investimento de longo prazo com meta de acumular mais rentabilidade, fundos multimercados ou a própria Bolsa podem ser opções, segundo ele.

No 1º trimestre de 2012, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, subiu 13,7%, enquanto os fundos DI renderam apenas 2,5%, e os de renda fixa, 2,7%.

Mas Police ressalta que é preciso entender o investimento antes de escolher. "Pior do que ter pouco rendimento é perder o sono."

(CAROLINA MATOS E TONI SCIARRETTA)

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