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Grevistas bloqueiam via em Belo Monte

Paralisação iniciada ontem é por tempo indeterminado; sindicato diz que adesão é de mais de 80% dos 7.000 operários

Consórcio responsável pela hidrelétrica vai pedir à Justiça do Pará que a greve seja declarada ilegal

AGNALDO BRITO
ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ

Os funcionários que constroem a usina hidrelétrica de Belo Monte (PA), a maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), entraram em greve por tempo indeterminado.

Foi montado um piquete no km 27 da rodovia Transamazônica, na entrada da vicinal que dá acesso a algumas das principais frentes de obra da hidrelétrica, como os diques, os canais e a barragem do Sítio Pimental.

O objetivo era barrar a entrada de qualquer trabalhador das áreas operacionais.

Segundo o sindicato, a paralisação teve a adesão de mais de 80% dos cerca de 7.000 funcionários da obra.

Sem falar em percentual, o Consórcio Construtor de Belo Monte informou que as cinco frentes de obras estão paralisadas.

A greve deve prejudicar ainda mais o cronograma da usina. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já considera os trabalhos de Belo Monte atrasados. A primeira turbina deve gerar energia em janeiro de 2015.

São duas as reivindicações principais dos funcionários: elevação do vale-alimentação dos atuais R$ 95 para R$ 300 e redução de seis para três meses do intervalo para que os operários possam visitar a família na cidade de origem.

O consórcio propôs elevar o vale para R$ 110 e ampliou de nove para 19 dias o tempo para as viagens, sem alterar os intervalos de 180 dias. Os dez dias adicionais devem, entretanto, contar como antecipação de férias. A proposta foi recusada.

REAÇÃO

O Consórcio Construtor de Belo Monte vai pedir à Justiça do Trabalho que decrete a ilegalidade da greve.

Em nota, a empresa afirma que a paralisação foi deflagrada em razão do não atendimento de reivindicações apresentadas fora da data-base -que é em novembro.

A empresa alega que o orçamento para as obras civis (excluído turbinas e montagem) de Belo Monte já foi definido -R$ 13,8 bilhões- e a pressão sindical representa um peso adicional.

O consórcio é o responsável por negociar o retorno dos operários ao trabalho, embora o próprio governo federal já tenha mobilizado a Secretaria-Geral da Presidência -pasta ligada ao gabinete da presidente Dilma Rousseff e comandada pelo ministro Gilberto Carvalho- para monitorar a situação.

Ontem, um funcionário enviado pela secretaria circulou entre os trabalhadores mobilizados.

Uma fonte informou à Folha que o consórcio teme que o custo da usina saia dos limites definidos em contrato.

Outro problema apontado é atender reivindicações fora da data-base. A avaliação é que isso seria um sinal perigoso para um projeto que está apenas iniciando e que vai durar até 2019.

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