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Financiamento de imóvel terá juro menor

Com 74% do mercado, Caixa anuncia hoje novas taxas para empréstimos; custo deve cair para linhas mais caras

Presidente do banco diz que serão anunciados ainda juros mais baixos para o programa Minha Casa, Minha Vida

VALDO CRUZ
SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

No esforço do governo de pressionar os bancos privados a reduzir juros, a Caixa Econômica Federal anuncia hoje queda nas taxas dos financiamentos imobiliários.

O tamanho dos cortes estava sendo definido ontem à noite pelo Conselho Diretor da Caixa, banco que domina o mercado habitacional.

Com uma carteira de R$ 153 bilhões, o banco público tem 74% desse mercado e espera induzir cortes também no setor privado porque essa é uma das áreas de maior interesse dos bancos atualmente.

Além de ser um setor em expansão, o crédito imobiliário estabelece relacionamentos de longo prazo. Bem aproveitado, dá ao banco oportunidade de vender outros serviços aos mutuários.

As taxas cobradas pela Caixa no crédito imobiliário atualmente variam de 4,5% a 10% ao ano. O banco vai reduzir o custo dos financiamentos mais caros, que têm como lastro os depósitos em caderneta de poupança e hoje respondem por cerca de metade dos financiamentos.

O presidente da Caixa, Jorge Hereda, antecipou que as linhas do banco terão juros mais baixos também para móveis, eletrodomésticos e para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

A Caixa vai anunciar também, nos próximos dias, a criação de dois novos fundos de investimentos com baixas taxas de administração.

A presidente Dilma defende uma queda dessa cobrança como forma de manter os fundos mais rentáveis do que a caderneta de poupança diante da tendência de queda da Selic, a referência de juros fixada pelo Banco Central.

Com isso, a equipe econômica considera que o BC terá mais tranquilidade para fazer novas reduções na Selic, hoje em 9% ao ano.

Nas contas de técnicos, uma queda significativa nas taxas de administração pode permitir que o BC reduza seus juros para ao menos 8% sem necessidade de mudar a forma de remuneração da poupança, que tem rendimento mínimo fixado em lei e não paga Imposto de Renda (IR).

Nas últimas semanas, Caixa e Banco do Brasil já haviam anunciado a redução dos juros de várias operações.

A iniciativa dos bancos públicos forçou os concorrentes privados a seguir o mesmo caminho para evitar perda de clientes e, principalmente, para pôr fim à guerra com o Palácio do Planalto.

Inicialmente, o setor privado resistiu às pressões da presidente Dilma, tentando transferir para o governo a responsabilidade pela redução dos chamados "spreads" -diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram de seus clientes nos empréstimos-, mas depois recuaram.

Colaborou FLÁVIA FOREQUE, de Brasília

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