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MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Brasil deve ter recorde neste ano no número de animais confinados

O Brasil passa por um amadurecimento no sistema de confinamento e poderá ter a maior evolução da história no número de animais confinados neste ano. Serão cerca de 3,8 milhões, 19% mais do que no ano passado.

Os números são projeções do banco Original, instituição financeira controlada pela J&F, holding que engloba JBS, Eldorado Brasil e Flora.

A instituição chegou a esse número com base em pesquisa de intenção que realizou no início deste mês, projetando esse crescimento de 19% nos dados apurados pelo "Anualpec" -publicação especializada no setor- no ano passado.

Os números apurados pelo Original não diferem muito dos que estão para ser divulgados pelo "Anualpec 2012". José Vicente Ferraz, da Informa Economics FNP, empresa que divulga anualmente esse anuário sobre pecuária, afirma que as estimativas são de 3,87 milhões de cabeças que deverão ser confinadas em 2012.

Apesar de esse número ser maior do que o do Original, o crescimento é menor: 15%. Isso porque a instituição financeira trabalhou com as previsões iniciais de 3,1 milhões de cabeças confinadas em 2011 feitas pelo "Anualpec". A Informa reviu esse número para 3,37 milhões durante o ano passado.

A pesquisa do Original indica que há evolução nos confinamentos estratégicos, que somam 67% do total do sistema. Mariana Peres, analista de mercado do banco, destaca que o confinamento estratégico faz parte do manejo da fazenda e passa a ser uma prática anual.

Esse tipo de confinamento evolui principalmente nas novas regiões agrícolas, onde é possível o desenvolvimento de todo o processo de cria e recria, devido ao tamanho das fazendas, e há cada vez mais uma oferta maior de grãos.

Entre os quatro principais Estados confinadores (GO, MT, MS e SP), Mato Grosso é onde mais cresce a intenção de confinamento neste ano. São Paulo tem uma das menores taxas de crescimento nessa intenção, devido ao elevado custo da terra, segundo Peres.

Já os confinamentos especulativos -considerados os que são decididos com base nas avaliações de mercados a curto prazo, como as boas condições de preço e de retorno do investimento- têm participação menor no número de animais confinados.

Os confinadores, que não tiveram um cenário favorável no ano passado, poderão ter renda maior neste ano. Os custos devem ser menores, diante da maior oferta de milho -um dos principais componentes de custos-, e os preços do boi têm perspectivas de alta, segundo Marcelo Petersen Cypriano, economista-chefe do Original.

Os preços da BM&F indicam queda para o milho e o mercado de carne de boi pode melhorar, dependendo das exportações, diz ele. O confinamento recorde não deverá, no entanto, derrubar os preços do boi na entressafra, afirma o economista.

O levantamento do Original foi feito no fim de março e no início deste mês e pesquisou 227 confinadores em dez Estados, onde estão 90% do gado confinado.

Se a intenção de confinamento pesquisada pelo banco se confirmar, as maiores ofertas de animais prontos para abate ocorrerão em outubro e novembro. No passado, essa concentração se dava somente em outubro.

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