Índice geral Mercado
Mercado
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Juro para imóveis cai em todas as faixas

Diminuição de taxas anunciadas pela Caixa vale somente para novos financiamentos; outros bancos estudam seguir baixa

Com redução no crédito para a compra da casa própria, governo pretende aquecer a economia do país

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

A Caixa Econômica Federal, maior agente financeiro no setor de habitação, anunciou ontem uma redução generalizada dos juros cobrados nos financiamentos para a compra da casa própria, incluindo operações com recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Os novos mutuários que adquirem um imóvel avaliado em até R$ 500 mil e financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) terão taxas reduzidas de 10% para pelo menos 9% ao ano.

Para quem tem conta-corrente, cheque especial e cartão de crédito do banco, os juros podem chegar a 8,4%, e clientes que também optarem por transferir o salário para Caixa podem ter até 7,9%.

A Caixa detém 75% do mercado de crédito imobiliário e a expectativa do governo é que o barateamento de seus financiamentos pressione os bancos privados a também reduzir suas taxas -repetindo movimento que ocorreu recentemente com o crédito à pessoa física e às empresas.

Após o anúncio da Caixa, instituições como o Santander e o HSBC indicaram que podem seguir o movimento. O Bradesco disse que está observando as tendências do mercado.

O Banco do Brasil afirmou avaliar permanentemente as taxas e o cenário. O Itaú não comentou.

As novas taxas da Caixa valerão para financiamentos contratados a partir de 4 de maio, início do próximo feirão de imóveis promovido pelo banco em 13 cidades.

Imóveis com valores superiores a R$ 500 mil terão taxas de financiamento reduzidas de 11% ao ano para 10% ao ano, podendo chegar a 9% ao ano de acordo com os produtos e os serviços da Caixa que os clientes usarem.

A única linha do FGTS incluída no pacote de redução foi a destinada a famílias que ganham mais de R$ 3.100 e que atualmente tem custo máximo de 8,4% ao ano. O valor cairá a até 7,4% ao ano. Em todos os casos, é preciso acrescentar a variação da Taxa Referencial (TR).

DESAFIOS

A estratégia do governo exigirá do banco estatal alguns desafios, já que o custo de captação se manteve.

A caderneta de poupança e o FGTS são as principais fontes para o setor e juntos representam 98% dos recursos disponíveis na Caixa.

Segundo o vice-presidente de Habitação e Governo da CEF, José Urbano Duarte, o corte em financiamentos imobiliários foi possível em razão de ganhos de eficiência do banco e melhorias tecnológicas, além da expectativa de crescimento das operações.

A Caixa projetava um volume de contratações de R$ 90 bilhões neste ano. Com a redução dos juros, esse montante pode bater os R$ 100 bilhões, disse Duarte. Em 2011, foram R$ 80 bilhões.

Além disso, o aumento das concessões de crédito demandará capitalização da instituição. Pelas regras do Banco Central, para cada R$ 100 emprestados, é preciso ter R$ 11 de capital próprio. É o chamado índice de Basileia.

No caso da Caixa, o valor está próximo do limite. Para Duarte, a instituição tem fôlego até o primeiro trimestre de 2013 sem precisar de aportes da União.

Colaborou MARIANA SALLOWICZ, de São Paulo

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.