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Temor de inadimplência derruba ações de bancos na Bolsa Vice-presidente do Itaú diz que instituição será mais seletiva na concessão de crédito, e papéis recuam 5,7%; Bradesco perde 2% DO VALORDE BRASÍLIA Em meio ao anúncio do corte de juros do financiamento imobiliário feito pela Caixa e às preocupações com a alta da inadimplência, o setor financeiro puxou ontem a queda da Bolsa, que fechou em baixa de 0,36%, aos 61.750 pontos. O volume financeiro somou R$ 7,646 bilhões. As ações do Itaú tiveram queda acentuada, de 5,72%, após a apresentação do balanço trimestral da instituição financeira. Em teleconferência com analistas, o vice-presidente do Itaú Unibanco, Alfredo Setubal, disse ontem que o banco será mais seletivo na concessão de crédito e que terá de aumentar a provisão de devedores duvidosos -nesta semana, Itaú e Bradesco divulgaram aumento da taxa de inadimplência. Segundo um operador, a declaração do Itaú acendeu a luz vermelha sobre o setor. "Com a teleconferência do Itaú, ficou claro que o lucro dos bancos vai continuar caindo, pois a inadimplência está em alta, e os 'spreads' [diferença entre o que o banco paga para obter dinheiro no mercado e o valor cobrado de clientes], em baixa, por causa da pressão do governo." As ações do Bradesco caíram mais de 2% durante o pregão. Santander e Banco do Brasil também tiveram baixas -o IFNC, índice composto apenas por ações do setor financeiro, terminou em baixa de 2,6%. CALOTE CAI, DIZ BC Apesar da reclamação dos bancos quanto à inadimplência em alta, atrasos superiores a 90 dias tiveram redução em março ante fevereiro, em média, segundo o Banco Central. Foi a primeira queda desde dezembro de 2010. A redução do calote, que se deu no crédito pessoal e na aquisição de bens, foi acompanhada por uma queda nas taxas de juros e uma redução no "spread" em março. No caso de automóveis, em que os prazos foram muito alongados no segundo semestre de 2010, a inadimplência continuou a subir e foi a maior da história. O dado do BC, que apresenta a média dos diferentes tipos de empréstimo, aponta que 7,4% dos financiamentos a pessoas físicas estavam em atraso em março -em fevereiro, o porcentual foi 7,6%. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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