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Febraban tira presidente de negociações com governo

SHEILA D’AMORIM
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

Após a crise do governo com os bancos privados pela redução dos juros, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, não será mais o interlocutor nas discussões para o prosseguimento da queda das taxas.

Segundo a Folha apurou, acerto fechado com a equipe econômica prevê que o governo negociará, a partir de agora, diretamente com a cúpula das cinco maiores instituições financeiras do país.

Ante a dificuldade de conciliar as agendas, os encontros poderão ser individuais e em São Paulo. Essa foi a saída encontrada para superar o impasse criado depois que os bancos tentaram empurrar para o governo a responsabilidade pela queda dos juros.

Portugal, que tinha respaldo dos grandes bancos e participou das conversas com auxiliares de Guido Mantega (Fazenda) em Brasília representando as instituições privadas, chegou a dizer que a "bola estava com o governo" no esforço de reduzir as taxas.

A estratégia causou um constrangimento e fechou as portas para discussões. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, chegou a telefonar para alguns bancos pedindo calma e que reconhecessem o erro.

Com a pressão da Fazenda e do BC avalizada pelo Planalto, as instituições privadas recuaram, reduziram suas taxas em algumas linhas e, agora, querem debater mudanças legais que deverão permitir novas quedas.

Na semana passada, governo e setor privado tentavam uma saída para retomar as conversas. A conclusão foi que Portugal ficou desgastado com o episódio.

No governo, diz-se que o executivo (secretário do Tesouro de FHC e secretário-executivo do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci) "não tem habilidade e não é profundo entendedor do tema".

A presidente Dilma tem comemorado nos bastidores as quedas recentes das taxas e o recuo dos bancos privados como uma vitória do governo.

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