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BB lucra menos e diz ter calote sob controle

Ganhos da maior instituição financeira do país recuam 14,6%; Banco Votorantim registra perda de R$ 597 mi

No primeiro mês após a redução nos juros, BB registra aumento de 50% na média diária de empréstimos

DE SÃO PAULO

Maior instituição financeira brasileira, o Banco do Brasil foi na contramão ontem dos rivais privados ao indicar que a inadimplência está controlada e que deverá manter a política de redução dos juros, iniciada após pressão da presidente Dilma Rousseff.

O banco, no entanto, aumentou as despesas para cobrir calotes no primeiro trimestre, assim como ocorreu com os bancos privados, o que afetou o balanço.

O lucro do BB caiu 14,6% ante o primeiro trimestre de 2011, para R$ 2,502 bilhões. A despesa com provisões para calote subiu 36% em relação ao primeiro trimestre de 2011, para R$ 3,576 bilhões.

No Bradesco e no Itaú, considerados mais conservadores, essas despesas cresceram 31,1% e 37,7%, respectivamente, nessa comparação.

No Bradesco, o lucro no primeiro trimestre ficou em R$ 2,79 bilhões (alta de 3,4% em relação ao ano anterior) e no Itaú em R$ 3,43 bilhões (baixa de 2,9%).

Mesmo considerando a inadimplência estável em relação ao fim de 2011 ­-subiu de 2,09% para 2,16%-, o BB teve de divulgar um comunicado para acalmar o mercado com sua previsão de despesas para cobrir calotes ao longo do ano.

Desde março, o banco perdeu R$ 9,6 bilhões em valor de mercado. Ontem, os papéis recuaram mais 1,5%.

A previsão é que essas despesas fiquem na faixa entre R$ 3,5 bilhões e R$ 3,7 bilhões nos próximos trimestres -mesmo patamar atual.

VOTORANTIM

O lucro do BB também foi afetado por provisões para cobrir eventuais perdas na Justiça com planos econômicos e pelo prejuízo de R$ 597 milhões do Banco Votorantim, do qual tem 50% do capital, que tem inadimplência alta com crédito para carro usado.

"Se não fosse isso, o lucro teria passado de R$ 3 bilhões. A inadimplência está controlada, não vai subir e deve começar a cair no segundo semestre", disse Ivan Monteiro, vice-presidente do BB.

No primeiro mês após a redução nos juros, o BB registra aumento de 50% na média diária de empréstimos em relação ao mês anterior. O financiamento de veículos subiu 156%.

"Vamos mostrar que somos o banco mais bem posicionado no país a operar com essa nova realidade de baixos 'spreads' [diferença entra a taxa que os bancos oferecem para captar recursos e que cobram para emprestar]."

"Somos líderes no crédito consignado, no agronegócio e no comércio exterior. São todas linhas de crédito de baixo 'spread'", disse.

(TONI SCIARRETTA)

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