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Agco nacionaliza parte da produção para a Argentina

Líder no mercado de tratores no Brasil, empresa traça tática para driblar barreiras protecionistas do vizinho

Edson Silva/Folhapress
Visitantes da Agrishow, em Ribeirão, aproveitam sombra de trator agrícola utilizado para pulverização das lavouras
Visitantes da Agrishow, em Ribeirão, aproveitam sombra de trator agrícola utilizado para pulverização das lavouras

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A fabricante de máquinas e equipamentos agrícolas Agco vai investir numa unidade de produção na Argentina só para driblar as barreiras protecionistas em vigor no país vizinho. Com a mudança, não estão descartados cortes de mão de obra no Brasil.

A empresa -que controla marcas como Massey Ferguson, Valtra, Challenger e Fendt- viu os embarques à Argentina despencarem após seus produtos perderem licença automática de entrada.

Segundo o vice-presidente sênior da Agco para a América do Sul, André Carioba, no primeiro trimestre deste ano foram vendidos cerca de 450 tratores para o mercado argentino. No mesmo período de 2011, quando as barreiras ainda não atingiam esses produtos, foram aproximadamente 1.500 unidades.

A exportação de colheitadeiras também caiu. As 120 vendidas nos três primeiros meses de 2012 representam um terço do volume do mesmo período do ano passado.

Com esses resultados, a participação da Agco no mercado argentino caiu de 45% para 26%. No Brasil, com as marcas Massey Ferguson e Valtra, a empresa abocanha pouco mais de 50% do mercado de tratores do país.

O executivo disse que a estratégia para facilitar a entrada do produto é nacionalizar parte da produção para a Argentina. "Não tiraremos nenhuma fábrica do Brasil, mas vamos ter de transferir uma parte da produção, alguma peça da máquina que será finalizada em solo argentino", afirmou Carioba, em visita à Agrishow, feira do setor realizada em Ribeirão Preto (SP).

Em 2011, conforme publicou a Folha, a multinacional anunciou investimentos de US$ 140 milhões ao longo de cinco anos no país vizinho, o que inclui recursos para o financiamento de clientes e de fornecedores.

Além da Agco, cuja decisão inclui novos investimentos na Argentina, John Deere e New Holland já fazem o mesmo e investem naquele país desde o ano passado.

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