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Estoque de carros cresce, e produção cai

Volume de veículos parados em montadoras e concessionárias chega a 43 dias e é o maior desde a crise de 2008

Produção recua 10% no ano, para 1 milhão de veículos; montadoras esperam que juro menor estimule venda

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Os estoques de automóveis nos pátios e concessionárias atingiram a marca de 43 dias de vendas, nível mais alto desde novembro de 2008.

O volume é 23% maior do que em março, quando o setor acumulava 35 dias de estoque. No início da crise financeira internacional, os estoques chegaram a 56 dias.

"Esses 43 dias preocupam. O que tem de haver agora é um aumento no ritmo das vendas", diz o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini.

O executivo, que também preside a Fiat, elogiou as medidas de estímulo à redução de juros, como a mudança nas regras da poupança e a iniciativa dos bancos públicos em reduzir taxas ao consumidor. Ele acredita que serão suficientes para a retomada das vendas.

"Os juros estão caindo e este é um ótimo momento para comprar carro."

Porém, dado o nível de inadimplência no setor e a maior cautela dos bancos na concessão de novos créditos, há um limite para o estímulo que a queda de juros poderá ter no setor.

No fim de 2010, o financiamento para a aquisição de veículos para pessoas físicas chegou a R$ 11 bilhões ao mês. Em março deste ano, foram concedidos R$ 7,8 bilhões em crédito para a compra de veículos.

"O problema não está nos juros. O cliente existe e quer comprar. O problema é a disponibilidade do crédito", afirma Belini.

A Anfavea não vê o atual nível de inadimplência como um problema, pois ele seria um reflexo de concessões menos rigorosas de dois anos atrás. "A inadimplência já atingiu o máximo, e a tendência agora é de queda."

Mesmo com os estoques aumentando, Belini acredita que a indústria vá terminar o ano com crescimento de 2% na produção. As vendas, na sua previsão, devem acompanhar o crescimento da economia, com incremento estimado em 4% a 5%.

De janeiro a abril foram produzidos 998,9 mil veículos -queda de 10,1% ante o mesmo período de 2011.

Segundo o IBGE, no trimestre, o setor automotivo representou a maior influência negativa para a produção industrial, que caiu 3%.

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