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Argentinos discutem travas ao comércio Secretários de Estado e 580 empresários do vizinho se reúnem na Fiesp em meio à queda das exportações brasileiras Produtos retidos na fronteira começam a faltar no vizinho; industriais brasileiros pedem retaliação SYLVIA COLOMBODE BUENOS AIRES Uma megacomitiva formada por 580 empresários e dois secretários de Estado argentinos chega hoje ao Brasil para uma reunião promovida pela Fiesp. O objetivo é estimular a cooperação bilateral, mas tem como pano de fundo as dificuldades impostas pela Argentina para a entrada de produtos estrangeiros no país. Em fevereiro, começou a entrar em vigor um novo sistema de importações que exige uma declaração para cada compra, que precisa ser autorizada pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, cuja presença é esperada no encontro de hoje. A medida causa demora e deixa muitos produtos parados na fronteira. O governo argentino busca, desse modo, equilibrar sua balança comercial deficitária com o Brasil e impedir a fuga de capitais. O desconforto cresceu depois que foi divulgado que as exportações brasileiras a seu vizinho caíram 23% em abril. "Não é possível culpar apenas as travas às importações, essa queda reflete um esfriamento de ambas as economias, que é algo mais sério. Culpar só as novas regras é um erro", diz a economista Milagros Gismondi, da consultoria Orlando Ferreres. Segundo a Câmara de Importadores da Argentina, os produtos brasileiros mais em falta são motores para veículos de carga, material de ferro, equipamentos agrícolas, calçados e artigos têxteis. Do lado do Brasil, o governo prega uma "paciência estratégica" com relação à Argentina e evita críticas. Já entre empresários e industriais brasileiros, as reclamações são em volume mais alto e, em alguns setores, fala-se em pedir uma retaliação por parte do Brasil. Ontem, em Bruxelas, o comissário europeu de Comércio, Karel De Gucht, criticou a passividade brasileira. "Seus dirigentes têm tido uma reação débil. O Brasil deve dar exemplo e responder com mais dureza às medidas protecionistas da Argentina." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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