BB e Caixa cobram juro mais alto que banco menor

Apesar das reduções agressivas nos juros, os estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal não têm as menores taxas do mercado, de acordo com ranking de taxas do Banco Central.

Instituições financeiras menores e aquelas especializadas em determinados nichos, como os bancos das montadoras, têm taxas mais competitivas do que os líderes do mercado.

Entre os grandes bancos pesquisados, porém, Caixa e BC figuram entre os que têm as taxas mais competitivas.

É o caso do cheque especial, em que a Caixa aparecia com taxa média de 4,34% ao mês, incluindo encargos. O BB tinha 8,68% -não muito distante do Bradesco (8,78%), do Itaú (8,83%), do Citibank (10,06%), do HSBC (10,14%) e do Santander (10,34%).

No cheque especial, a Caixa tinha a oitava melhor taxa, atrás de Prosper (2,11%), Cruzeiro do Sul (2,27%), Alfa (2,58%), Bonsucesso (3,10%), Bancoob (3,25%), Fator (3,25%) e BIC (4,15%).

Esses bancos trabalham pouco com cheque especial, oferecidos como uma "facilidade" aos clientes de outras linhas de crédito.

O Banco Fator, por exemplo, oferece essa taxa de cheque especial ao cliente da corretora que ficar, eventualmente, com saldo negativo.

O período da pesquisa do BC foi de 19 a 25 de abril, já após o início da primeira rodada de redução de juros dos bancos estatais, mas não pega o mais recente corte de taxas do BB, na sexta passada.

Os bancos de montadoras ofereceram as cinco melhores taxas médias para financiar a compra de veículos, à frente do BB. Esses bancos exigem entrada alta e subsidiam taxa para as empresas cumprirem metas de venda.

A mais baixa é de 0,68% ao mês do Banco GM, seguida por BMW (0,95%), Mercedes-Benz (1,05%), Renault (1,10%) e Peugeot (1,23%).

Após os bancos das montadoras, aparece o BB, com taxa média de 1,37% ao mês. Nessa linha, a Caixa teve a 23ª taxa mais atrativa, de 1,83%, atrás do Bradesco (1,64%), do Santander (1,70%) e do Itaú (1,73%).

Os bancos públicos sustentam que as taxas menores são dirigidas a clientes com os quais têm maior relacionamento. Em várias das linhas, os juros mais baixos exigem a contrapartida de conta-corrente no banco.

O argumento é que esse modelo permite ao banco manter um maior controle sobre a inadimplência.