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Expansão por aquisições fica mais difícil

MARIANNA ARAGÃO
DE SÃO PAULO

Prestes a passar por uma mudança inédita de comando, o Grupo Pão de Açúcar é um dos melhores exemplos do intenso movimento de consolidação que o varejo brasileiro atravessou nos últimos anos.

Em 2009, a companhia se transformou no maior conglomerado varejista do país ao adquirir a rede Ponto Frio e, meses depois, fundir-se com as Casas Bahia. Neste ano, o grupo deve atingir vendas brutas de R$ 57 bilhões.

Mas, segundo especialistas ouvidos pela Folha, o crescimento das grandes redes do setor, como o Pão de Açúcar -seja por aquisições, seja com a abertura de novas lojas-, será mais difícil daqui para a frente.

De acordo com os analistas, existem poucos alvos de grandes porte disponíveis no mercado.

Concorrentes como Magazine Luiza e Máquina de Vendas, na área de eletrodomésticos, e a chilena Cencosud, na de supermercados, também estiveram firmes nas aquisições nos últimos anos. A concentração nesses setores é estimada atualmente em torno de 40%.

"Por isso, a consolidação ocorrerá em menor escala a partir de agora", diz o consultor de varejo Marcos Gouvêa de Souza.

A expansão orgânica, sem aquisições, também apresenta desafios, com a elevação do preço dos aluguéis, especialmente em grandes cidades, e a carência de mão de obra. "O setor varejista não se beneficia tanto da robotização quanto a indústria", diz Souza.

ECONOMIA 'MORNA'

Para Cláudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e do Mercado de Consumo (Ibevar), a principal dificuldade é o esfriamento do mercado de de consumo neste ano. "No primeiro semestre, a pressão da inflação diminuiu a renda e o fôlego para as compras", afirma.

Ele prevê, no entanto, maior demanda na segunda metade do ano. "Será algo morno, como reflexo das medidas tomadas pelo governo, como a redução dos juros."

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