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Mineração e celulose mantêm a aposta na China

DE SÃO PAULO

A expectativa de uma longa crise na Europa leva as empresas brasileiras a buscar novos destinos, intensificar a presença em atuais compradores -inclusive o próprio mercado interno- e retomar antigos parceiros comerciais.

A BRF-Brasil Foods é um exemplo do primeiro caso. A empresa está construindo uma fábrica no Oriente Médio e criando bases fortes na Argentina, que deve se tornar uma plataforma exportadora para a América Latina.

"Isso está nos interesses do governo argentino, e o país é competitivo em carne de frango", diz Leopoldo Saboya, diretor Financeiro da BRF.

Com a crise ao lado, o interesse das empresas alemãs pela América Latina também aumentou. Mas, nesse caso, o Brasil é o país utilizado como base para as exportações.

"É mais fácil fazer a distribuição a partir do Brasil", diz Ingo Plöger, diretor da Câmara Brasil-Alemanha, que afirma que a região atravessa um "momento muito importante" de crescimento.

As mineradoras brasileiras, por sua vez, continuam apostando na China.

Em teleconferência após a divulgação do balanço, os executivos da Vale disseram esperar que o ritmo de crescimento no país asiático se acelere nos próximos meses.

O setor de papel e celulose também vê a China como o mercado capaz de absorver excedentes de produção.

GIGANTE

O presidente da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, diz que é preciso considerar o tamanho do PIB chinês, de US$ 7 trilhões, na projeção para a demanda. "Se a China crescer acima de 5% ou 6%, já é um ritmo forte."

A empresa também considera que o pior da crise europeia já passou e que a tendência, lá, é de consumo estável.

Para as exportações de commodities, o presidente em exercício da AEB, José Augusto de Castro, também considera a China como o mercado mais relevante e diz que os EUA também devem voltar a atrair os exportadores.

"Ainda que lentamente, os EUA estão crescendo."

Mas nenhuma nação chama mais a atenção das empresas do que o Brasil, diz ele.

"Em momentos de crise, todos buscam mercados alternativos. E o Brasil é o maior deles", afirma Castro.

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