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No Brasil, beleza ainda abre portas, dizem especialistas

Boa aparência ajuda nas avaliações e nas promoções, afirmam profissionais de RH

Simon Plestenjak/Folhapress
A executiva Denise Carrion, 39, no escritório da multinacional de logística na qual é diretora de negócios, em São Paulo
A executiva Denise Carrion, 39, no escritório da multinacional de logística na qual é diretora de negócios, em São Paulo

MARIANNA ARAGÃO
DE SÃO PAULO

A máxima de que beleza abre portas, pelo menos no Brasil, continua em pleno vigor. Especialistas em recursos humanos afirmam que a boa aparência é um aspecto valorizado não apenas na seleção inicial, mas em promoções e avaliações internas dentro das empresas.

Ou seja: ao menos no mercado de trabalho, os bonitos levam vantagem.

"No Brasil, por uma questão cultural, reconhece-se a beleza e a estética de uma forma geral", diz Sofia Esteves, presidente da DMRH/Cia de Talentos, uma das maiores empresas nacionais de seleção profissional.

Dependendo da área de atuação da empresa e do cargo, esse aspecto pode ser mais ou menos considerado pelo avaliador.

"Em áreas como marketing e atendimento a clientes, apresentação pessoal e beleza são muito consideradas", diz Carlos Ferreira, da empresa de headhunting 4hunter.

O "capital erótico" -termo cunhado pela socióloga inglesa Catherine Hakim, autora de livro sobre o tema, para designar atributos pessoais como charme, elegância e beleza física-, no entanto, é um ativo mais caro às mulheres que aos homens.

Segundo Silvia Gerson, consultora de RH da Stanton Chase, candidatas bonitas costumam sobressair, aos olhos dos avaliadores, ante outras menos atraentes.

Nas seleções entre candidatos do sexo masculino, porém, não é tão comum que isso aconteça. "É um sinal claro de que o fator beleza é mais determinante para mulher do que para homem."

Silvia lembra uma situação em que precisou recrutar uma secretária-executiva para uma função em uma companhia multinacional.

Duas candidatas foram apresentadas aos avaliadores, mas uma delas se destacava pela beleza. "Era uma loira lindíssima", diz. A outra, pelo currículo. A primeira ficou com a vaga.

VAIDADE E CONTEÚDO

A publicitária carioca Lucyana Felícia, 22, acredita que a aparência a tenha ajudado na carreira. "Sempre fui vaidosa", conta. "Esse era requisito quase obrigatório em uma das empresas que trabalhei, uma multinacional francesa de cosméticos."

Formada em marketing, a executiva Denise Carrion, de 39 anos, afirma que a beleza a expôs a boas oportunidades profissionais.

"Mas é preciso conteúdo para responder a essas chances", afirma ela, hoje diretora de negócios de uma multinacional da área de logística.

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