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Investidor em bancos deve ter calma

Reduções de taxas ao consumidor levam a dúvidas no mercado sobre o desempenho financeiro dos bancos

Preços de ações do setor tendem a se recuperar e investidor pode encontrar 'pechinchas', segundo especialistas

LUCCA ROSSI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As ações dos principais bancos têm vivido semanas de queda na Bolsa, movimento intensificado pelos anúncios, a partir do início de abril, de corte dos juros cobrados pelas instituições.

Ganharam força no mercado questionamentos sobre se o desempenho financeiro dos bancos sofrerá com a redução de taxas ao consumidor.

Além disso, especificamente em relação aos bancos privados, existem dúvidas se essas instituições terão de diminuir ainda mais os juros para não perder mercado para os bancos públicos, que têm tido uma postura mais agressiva de cortes por decisão do governo.

Mas, apesar da desvalorização recente das ações bancárias, quem investe nesse tipo de papel não deve se desesperar.

Na avaliação de especialistas ouvidos pela Folha, essa situação é pontual e os preços tendem a subir.

"Pode ser o momento de encontrar pechinchas", afirma o educador financeiro Mauro Calil.

"Para quem investe com regularidade nesse segmento, pode ser a chance de aumentar o aporte."

O consultor ressalta, no entanto, que a situação de cada investidor deve ser analisada individualmente.

"Para alguém que investiu grandes quantias, R$ 50 mil ou R$ 100 mil por exemplo, em uma carteira só de bancos, a situação é bem diferente. Nesse caso, pode ser melhor interromper o prejuízo e partir para outra."

Rafael Paschoarelli, professor de finanças da FEA/USP, diz que os bancos brasileiros "estão fortes e com lucros crescentes".

Na avaliação do especialista, as instituições privadas "não vão ceder às pressões do governo" e baixar ainda mais as taxas de juros.

"Eles podem até perder fatia de mercado [para os bancos públicos], mas, provavelmente, não vão perder rentabilidade," acrescenta.

PERSPECTIVA

Para analistas do banco de investimento suíço Credit Suisse, o rendimento das ações dos principais bancos deve ficar, no máximo, dentro do esperado nos próximos 12 meses.

O economista Luiz Gustavo Medina, sócio da M2 Investimentos, diz que quem investe em ações do setor bancário vai precisar de paciência até o fim do ano.

"Haverá dias ou semanas em alta até que uma notícia nova cause outro mal-estar, mas acho que os preços estão muito atraentes nos patamares de agora."

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