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Argentina quer Mercosul mais 'protegido'

País propõe ao Brasil elevar de forma geral as tarifas cobradas para a importação de produtos de fora do bloco

Na prática, decisão significa elevar taxação média de 10% para 35%, nível máximo permitido pela OMC

MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

A Argentina propôs ontem ao Brasil elevar de forma generalizada as tarifas cobradas para a entrada de produtos de fora do Mercosul para os maiores níveis permitidos pela OMC (Organização Mundial do Comércio).

A proposta visa elevar a proteção da indústria da região. O Itamaraty não tomou posição e declarou que ainda estudará a ideia.

O Mercosul cobra de outros países hoje uma tarifa de importação média de 10%, segundo o Itamaraty. A alíquota máxima permitida pela OMC para produtos industrializados é de 35%.

"Levaremos essa proposta à próxima reunião do Mercosul, em 28 de junho", disse o chanceler argentino, Héctor Timerman, após reunião com os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Mendes Ribeiro (Agricultura).

Desde o final de 2011, o país vizinho vem aumentando o número de ações protecionistas. Em fevereiro, esse cenário se intensificou, já que os importadores argentinos passaram a precisar obter permissão antecipada do governo para comprar de outros países.

O Brasil, por seu lado, vem reforçando sua política de defesa comercial e já é líder entre os países que mais iniciam investigação de importações desleais.

CARNE SUÍNA

Ontem, os dois países também discutiram seus conflitos comerciais mais recentes.

Uma semana após o governo brasileiro começar a dificultar a entrada de dez produtos que a Argentina tradicionalmente exporta ao Brasil, Timerman sinalizou que as barreiras impostas pelo país à carne suína brasileira devem ser retiradas em breve.

O secretário do Interior do país vizinho, Guillermo Moreno, condicionou o fim das restrições à abertura do mercado brasileiro para medicamentos, cítricos e camarões.

Ostentando na lapela um bóton da espanhola YPF, estatizada pela Argentina, tomou o microfone e adotou um tom diferente.

"As duas delegações combinaram que o importante é incrementar o comércio entre Argentina e Brasil", disse. "Na medida em que isso se manifestar na redução do nosso deficit comercial, rapidamente incremento o comércio. E, nesse caso, obviamente, o problema da carne suína sumiu, desapareceu."

Os dois lados combinaram que os problemas deverão ser resolvidos em 120 dias.

Como retaliação às barreiras comerciais impostas pela Argentina em fevereiro a importados, o Brasil vem restringindo a entrada de cerca de dez produtos, entre eles vinhos, farinha de trigo, maçã e batata.

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