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Cenário externo ruim esfria economia do país

Consultorias preveem crescimento de 3,5% na Argentina, metade do registrado em 2011

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

Os primeiros números de 2012 mostram que este não será um ano fácil para a Argentina. Produção industrial em queda, retração da economia brasileira, aumento da inflação, colheita fraca de soja por causa de uma forte seca e afastamento dos investidores estrangeiros são alguns dos fatores que indicam um esfriamento da economia do país vizinho.

Economistas independentes e consultoras apontam para crescimento de apenas 3,5% em 2012, metade do obtido em 2011 (7%). O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê 4%.

"O país forçou muito o crescimento nos últimos anos, adotando uma política monetária muito expansiva. Isso se nota agora, com dificuldade para crescer devido ao novo cenário internacional e a questões pontuais internas", disse à Folha a economista Marina Dal Poggetto, da consultoria Bein.

A atividade industrial foi uma das primeiras a sentir a retração da demanda externa, principalmente do Brasil, seu mais importante comprador.

Em abril, a produção de automóveis caiu 24%, devido à queda de 25% das vendas do setor ao vizinho do Mercosul.

Ontem, a notícia da desvalorização do real, assim como o anúncio das novas travas do Brasil a produtos argentinos, causou forte repercussão. O dólar alcançou 5,28 pesos no mercado paralelo (ante 4,30 oficiais), o que tem forte impacto porque há fortes restrições para comprar o oficial.

De acordo com analistas ouvidos pela Folha, porém, o dado mais preocupante é a queda dos investimentos estrangeiros, tendência que já ocorre no país desde a crise de 2001, que provocou o "calote" argentino em sua dívida externa.

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