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Análise / Energia

Baixa competitividade deve inibir o uso da energia solar no país no curto prazo

WALTER DE VITTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Apesar da atual baixa competitividade, o cenário para a energia solar nos próximos anos é promissor.

Essa fonte tem se tornado mais atrativa como meio de geração de energia devido ao desenvolvimento recente das tecnologias, que já garantem uma tendência de redução dos custos.

Além disso, a implantação de uma série de projetos em vários países deve ampliar a escala da tecnologia, contribuindo para novas quedas de custos. Nos últimos quatro anos, por exemplo, a capacidade instalada mundial de geração a partir da tecnologia fotovoltaica cresceu, em média, 63% ao ano.

No Brasil, onde o uso da tecnologia solar para geração comercial de energia ainda é incipiente -não chega a 0,1% da capacidade instalada-, a grande disponibilidade de energia barata gerada a partir de outras fontes deve retardar o advento dessa tecnologia.

Enquanto o custo da energia proveniente das plantas solares térmicas mais modernas é superior a R$ 300 por MWh, nos últimos leilões do ambiente regulado ocorridos no país a energia de usinas eólicas foi negociada a R$ 100 por MWh e a de fontes hídricas ficou por volta de R$ 70 por MWh.

As principais vantagens da energia solar são seu caráter renovável e sua abundância. Apenas como ilustração, a radiação solar que alcança a superfície terrestre durante 15 segundos seria capaz de suprir a demanda global diária por energia.

Além disso, a energia solar apresenta-se desejável do ponto de vista ambiental, dada a baixa emissão de gases causadores do efeito estufa.

A energia solar pode ser aproveitada através de dois processos básicos: o direto e o indireto.

No Brasil, a tecnologia mais conhecida e difundida é a da geração direta através de painéis fotovoltaicos.

Apesar de estar evoluindo, com o desenvolvimento de painéis mais eficientes e baratos, essa tecnologia traz a desvantagem de produzir energia apenas durante o dia, com grande queda de eficiência em dias nebulosos.

Já o processo indireto se mostra mais promissor para a geração comercial de eletricidade. Nele, a energia solar aquece algum material (ar, água ou algum composto químico), que é utilizado para produzir vapor.

Como o calor produzido pela via indireta pode ser armazenado de forma relativamente eficaz, essa via traz a vantagem de poder produzir energia no período noturno, através da liberação do calor acumulado durante o dia, o que tende a tornar a fonte solar ainda mais atrativa.

WALTER DE VITTO, mestre em economia pela FEA-USP, é analista da Tendências Consultoria.

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