Reação da Petrobras agrada, mas mercado quer alta de preços

O lucro de R$ 9,2 bilhões reportado pela Petrobras no primeiro trimestre deste ano surpreendeu positivamente o mercado, mas a necessidade de aumento no preço dos combustíveis continua, dizem analistas.

No primeiro trimestre, a área de abastecimento da Petrobras, responsável por importações de gasolina e diesel para abastecer o mercado interno, repetiu o prejuízo de R$ 4 bilhões registrado no quarto trimestre, uma alta gigantesca ante o prejuízo de R$ 94 milhões registrado no primeiro trimestre de 2011.

"Enquanto não aumentar o preço da gasolina e do diesel, a empresa vai continuar apresentando os resultados negativos em abastecimento", disseram os analistas da Coinvalores Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa.

Para eles, o preço do petróleo será determinante para um eventual ajuste, no caso de alta expressiva, ou, no caso de queda, para amenizar o peso das importações nas contas da Petrobras.

Segundo o diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, a empresa trabalha "com a possibilidade [de reajuste], desde que o cenário mostre as condições".

As ações da estatal reagiram bem ontem aos números do primeiro trimestre, movidas pela surpresa com o balanço. Mas o comentário no mercado é que a euforia não vai durar muito tempo.

"Diante do resultado as ações podem responder positivamente no curto prazo, mas o cenário de politica de preços da companhia não deve mudar por enquanto e a recente alta do dólar deve ter um efeito negativo nos números do segundo trimestre", afirmou o analista Erick Scott, da SLW Corretora.

VICE-LÍDER

A Petrobras perdeu a liderança em valor de mercado na America Latina para a colombiana Ecopetrol, segundo a Economática.

"A Petrobras está desvalorizada na Bolsa, R$ 19 [por ação] é um absurdo, é crucial aumentar a produção", disse a estrategista da corretora Ativa Mônica Araújo.