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Ações do Facebook decepcionam na estreia

Na mais aguardada abertura de capital dos últimos anos, papéis avançam só 0,6% e derrubam empresas de tecnologia

Papéis abriram em alta de 10%, mas perderam ímpeto, em meio a ceticismo do investidor; Zynga recua 13%

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

A mais aguardada abertura de capital dos últimos anos decepcionou.

As ações do Facebook chegaram a subir 11% no início do pregão da Nasdaq, mas na primeira meia hora perderam ímpeto e fecharam o dia com modesta alta de 0,61%, após a intervenção dos bancos responsáveis pela emissão.

A decepção derrubou outras empresas de tecnologia, como a da Zynga, criadora do jogo FarmVille, de onde vem cerca de um quinto da receita do Facebook. A ação da Zynga caiu 13,42% (as negociações chegaram a ser interrompidas duas vezes), e a da rede social LinkedIn, 5,65%.

Depois que o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, 28, tocou o sino da Nasdaq para marcar a abertura do pregão, problemas técnicos atrasaram o lançamento de ações. O papel, cujo preço inicial havia sido fixado em US$ 38, abriu a US$ 42, mas fechou em apenas US$ 38,23.

O analista de tecnologia Robert Enderle diz que o mercado mostrou ceticismo sobre o futuro do Facebook.

Para ele, embora a meta de levantar US$ 16 bilhões tenha se concretizado, o IPO beneficia até agora investidores iniciais e funcionários.

Segundo o analista, a manutenção do preço inicial ontem foi forçada pela intervenção dos bancos e a tendência é que as ações voltem a cai.

Outros analistas, porém, destacam a volatilidade do mercado financeiro e ressaltam que o sucesso da empresa dependerá da estratégia para impulsionar as receitas.

A movimentação de ações foi recorde para um dia de estreia, com 571 milhões de compras ou vendas. Cerca de 30 instituições estavam envolvidas na oferta.

EFEITO PARA USUÁRIOS

Jeffrey Chester, do Centro para a Democracia Digital, em Washington, diz que a abertura de capital do Facebook tende a diminuir a privacidade do usuário.

"O Facebook precisa expandir a coleta de dados dos usuários se quiser ampliar o número de anunciantes."

A rede enfrenta pressões em relação aos dados que coleta e armazena. Em dezembro, fechou acordo com o governo americano e aceitou passar por auditorias.

Chester argumenta que o dinheiro injetado no Facebook deixará a companhia mais apta para influenciar governos. "O Facebook usará seus novos bilhões para fazer lobby, incluindo mercados-chave como o Brasil."

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