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Construção de Brasília ajudou no avanço de Uberaba e Uberlândia

DE RIBEIRÃO PRETO

Os números da economia comprovam a dinâmica diferenciada de crescimento das duas maiores cidades do Triângulo Mineiro. A origem desse desenvolvimento está num evento histórico: a construção de Brasília.

O PIB de Uberlândia cresceu 262% em uma década -1999 a 2009-, segundo os dados mais atuais do IBGE.

No mesmo período, Uberaba teve alta de 220% em seu PIB. Nos dois casos, o crescimento foi maior do que o de Belo Horizonte (ver quadro).

As duas cidades do Triângulo foram as que mais cresceram entre as dez mais populosas do Estado, excetuando os municípios da região de influência da capital.

Pesquisador e especialista em desenvolvimento regional, o professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Eduardo Nunes Guimarães disse que, em dinâmica econômica, as duas cidades podem ser consideradas exceções no Brasil.

Estudo de Guimarães constatou somente 19 cidades brasileiras com "grande dinâmica" de crescimento. Uberaba e Uberlândia foram as únicas mineiras no levantamento, que excluiu capitais.

A pesquisa, que deve ser publicada nos próximos meses segundo o professor, considerou variações de PIB e de população em municípios com mais de 200 mil habitantes. Ele não revelou dados das outras cidades listadas.

Conforme Guimarães, a construção de Brasília, na década de 1960, foi o que colocou o Triângulo Mineiro nessa rota de "crescimento virtuoso", criando grande fluxo de produção e riquezas do Sudeste para o Centro-Oeste.

E nesse ponto a academia e o mercado concordam. O empresário e presidente do Conselho de Política Econômica Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Lincoln Fernandes, atribui a dinâmica do Triângulo à proximidade com São Paulo e Brasília.

"A localização foi fundamental e fez com que a região não sofresse muito e não perdesse sua classe média nos anos 1980, na chamada 'década perdida'."

De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi), protocolos de intenção firmados entre empresas e o Estado, de 2010 até abril deste ano, indicam surgimento de 37,5 mil novos postos de trabalho no Triângulo.

O motor para a abertura de todo esse novo campo de emprego é a onda de investimentos que chega às duas principais cidades da região e, segundo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento, os números não incluem a unidade de amônia de Uberaba.

(AC)

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