Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Bolsa segue incerta após semana de perdas

Motivos que levaram à redução de 8,3%, a pior desde agosto, continuam a inspirar cautela dos investidores

Momentos como esse abrem oportunidade para comprar com preço baixo, mas há dúvidas sobre recuperação

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

A Bolsa de Valores derreteu na semana passada, tornando ainda mais desafiadoras as perspectivas para o investidor pessoa física que busca diversificar as aplicações para compensar os juros menores da renda fixa.

Momentos como esse costumam abrir uma oportunidade para o investidor comprar ações com preço baixo, mas as perspectivas para a Bolsa seguem sombrias pelo menos até o final deste ano, segundo analistas.

Nova eleição na Grécia, dificuldade na Europa para implementar medidas impopulares como corte nos gastos públicos, recuperação lenta na economia dos EUA e temor de desaceleração na China.

No Brasil, esse cenário inclui ainda perspectivas menores de crescimento por conta da crise global e o temor de inflação maior.

Tudo isso levou o Ibovespa, principal termômetro da Bolsa brasileira, a cair 8,3% na semana passada, a pior queda desde quando os EUA perderam o rating AAA (risco zero de calote) no início de agosto do ano passado.

O resultado foi um tsunami que varreu mais de R$ 150 bilhões do valor das empresas de capital aberto.

No ano, a Bolsa paulista já perdeu 3,9%; se continuar assim, será o terceiro ano negativo seguido para o mercado brasileiro de ações.

REAÇÃO DÍFICIL

Quem confiar na recuperação dos mercados poderá ganhar dinheiro, como ocorreu em 2009, mas uma reação consistente depende do compromisso dos novos governantes europeus com medidas impopulares e de surgirem indicadores mais sólidos de crescimento econômico nos EUA, China e Brasil.

Além de não ter qualquer garantia de que haverá um consenso para salvar a Grécia, deve demorar para sair indicadores positivos capazes de reduzir a tensão atual.

"A Grécia continuará no radar do mercado e cresce a possibilidade de uma saída traumática da zona do euro", afirma Carlos Acquisti, economista da Infinity Asset.

"Não há motivos para esperar alteração no cenário atual de insegurança e desconfiança, o que sustenta o ambiente de estresse nos mercados", diz Mirian Tavares, da corretora AGK.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.