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Ações do Facebook desabam 11% no segundo dia na Bolsa

Para analista, recuo é sinal de maturidade do mercado, disposto a evitar nova 'bolha'

Com o resultado, fortuna de Mark Zuckerberg, fundador da companhia, diminui pouco mais de R$ 4 bi

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

As ações do Facebook encerraram o segundo dia de negociação na Bolsa Nasdaq valendo menos do que na oferta inicial de ações.

Ontem, os papéis recuaram 11%, cotados a US$ 34,03 (R$ 69,42). O preço inicial da ação, fixado semana passada, foi de US$ 38 (R$ 77,52).

Com o resultado ruim, Mark Zuckerberg, fundador da companhia, perdeu US$ 2 bilhões (R$ 4,08 bilhões).

A fortuna do empresário é avaliada em US$ 17,5 bilhões (R$ 35 bilhões), segundo a revista "Forbes".

Analistas culparam os bancos pela estreia decepcionante da rede social na Nasdaq, Bolsa que reúne empresas de tecnologia dos EUA.

Segundo os críticos, o preço inicial foi alto. O Facebook anunciou que estabeleceria o valor no teto do intervalo para o preço-alvo e dias antes da estreia comunicou a decisão de elevar em 25% o número de papéis à venda.

O ceticismo do mercado em relação ao futuro do Facebook prejudicou outras empresas de tecnologia listadas na Bolsa, a exemplo do que havia ocorreu na sexta-feira.

A Zynga, fabricante do jogo FarmVille, cujas vendas garantem parte importante da receita do Facebook, registrou queda de 0,98%. A ação da rede social LinkedIn recuou 2,20%.

Laura DiDio, analista sênior da consultoria americana Itic, diz que a desconfiança é sinal de maturidade do mercado e que é saudável para evitar novas bolhas, como a das empresas pontocom no fim dos anos 1990.

"Como analista, acho melhor ver a ação do Facebook perder 10% nos primeiros dias do que assistir a uma disparada no lançamento, seguida por derrocada no preço."

Para ela, a oscilação nos primeiros dias não é motivo para descartar as chances de sucesso do Facebook.

DiDio diz, no entanto, que cresceu a expectativa em relação ao próximo balanço da rede social, quando a companhia detalhará seu desempenho no segundo trimestre.

A estreia do Facebook na Bolsa foi uma das mais aguardadas pelo mercado. A empresa levantou US$ 16 bilhões, na maior oferta inicial de ações já registrada no setor de tecnologia.

O negócio conferiu ao Facebook valor de mercado de US$ 104 bilhões -A Ambev vale US$ 109 bilhões, e a Petrobras, US$ 128 bilhões.

A rede social tem os desafios de diversificar as fontes de receita, alavancar o faturamento com anúncios, desenvolver maneiras de rentabilizar o uso do Facebook no celular e criar aplicativos que seduzam o público adulto.

Para DiDio, a compra do Instagram, que permite o compartilhamento de fotos, foi um passo nessa direção.

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