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69% querem sacolinha de volta aos supermercados

Após acordo, embalagens deixaram de ser distribuídas em SP em abril

Pesquisa do Datafolha foi encomendada por entidade que representa interesses da cadeia do plástico

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Os supermercados deveriam voltar a distribuir gratuitamente as sacolas plásticas para o transporte de mercadorias, na avaliação de 69% dos consumidores.

É o que mostra pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 2 e 3 com 612 entrevistados na capital paulista.

O levantamento foi feito para a Plastivida (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos), entidade que representa interesses da cadeia industrial do plástico e é contra o banimento das embalagens.

Em janeiro deste ano, 57% dos paulistanos informaram ser a favor do fim da distribuição das sacolas. Na ocasião, foram 1.090 entrevistados nos dias 26 e 27 de janeiro.

Um acordo feito entre o governo estadual e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) permitiu o banimento das sacolinhas plásticas há dois anos. As embalagens deixaram de ser distribuídas nos supermercados do Estado desde 4 de abril.

Em fevereiro, o setor assinou termo de ajustamento de conduta com o Procon-SP e o Ministério Público estadual concedendo 60 dias de prazo para o consumidor se adaptar à mudança. Esse prazo se encerrou em abril.

Quatro em cada dez entrevistados já desistiram de fazer compras por não dispor de sacolas plásticas para o transporte. Dos que desistiram, 23% disseram que a decisão ocorreu no caixa, na hora de pagar as compras.

"As pessoas só sentiram 'na pele' o que é ficar sem a sacolinha agora. Na primeira pesquisa, o tema estava mais recente", diz Marlene Treuk, gerente de pesquisas de mercado do Datafolha.

"Chama a atenção o fato de um terço dos entrevistados ter a percepção de que o ambiente foi quem mais ganhou com a retirada das sacolinhas. E, para dois terços, a retirada beneficia mais os supermercados", afirma.

RAZÕES

No levantamento, 43% dos entrevistados apontam o interesse econômico como principal motivo para o fim da distribuição gratuita das sacolinhas. Outros 35% acreditam ser por imposição das autoridades. Na opinião de 22%, a decisão está relacionada ao ambiente.

Nove em cada dez entrevistados informaram também desconhecer projetos ambientais desenvolvidos pelos supermercados.

"O acordo feito não tem nenhuma justificativa ambiental, embora se diga 'salvador do ambiente'. Propõe retirar de circulação um produto pago pelo consumidor que custa R$ 200 milhões por ano aos supermercados, montante que não voltou ao consumidor", diz Miguel Bahiense, presidente da Plastivida.

"O acordo obriga o consumidor a comprar outros dois tipos de produto, as sacolas retornáveis e os sacos de lixo, e onera seu orçamento doméstico."

PREÇOS

A maioria dos consumidores (75%) afirma não ter percebido diferença de preços nos supermercados após a retirada das sacolinhas. Entre os que notaram alguma mudança, 23% afirmam que houve aumento, e 2%, redução.

Em relação às sacolas retornáveis e "ecobags", 73% dos consumidores informaram ser contra a cobrança.

Segundo a Apas, o índice de preços do setor caiu 0,11% de janeiro a março de 2012.

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