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Após pacote do governo, preço de carros cai até 10% Redução de tributos para impulsionar as vendas vai até 31 de agosto Objetivo é diminuir os estoques nos pátios das montadoras, que atingiram o maior nível desde a crise de 2008 VENCESLAU BORLINA FILHODO RIO GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO Um dia após o governo anunciar corte de tributos para estimular a indústria automobilística, as montadoras começaram a baixar os preços. Os veículos ficaram até 10% mais baratos. A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para a venda financiada de automóveis vale até 31 de agosto. O objetivo do acordo, selado anteontem entre o ministro Guido Mantega, os quatro maiores fabricantes de veículos e os quatro principais bancos do país, é reduzir os estoques e equilibrar a produção. O nível de veículos nos pátios das montadoras e concessionárias atingiu 45 dias de vendas -o mais alto desde novembro de 2008, após o estouro da crise nos EUA. O acordo garante ainda liberação de parte do compulsório dos bancos recolhido pelo Banco Central para financiamentos de veículos. Com isso, a estimativa é que as vendas de veículos alcancem 3,8 milhões de unidades -aumento de 5,5% ante 2011. A REDUÇÃO A Fiat reduziu o preço do Uno Vivace 1.0 (duas portas) em 10,3%, e o do Palio Attractive 1.0 flex (quatro portas), em 9,1%. Na Ford, os carros com versão de entrada -Ka 1.0 (duas portas) e Fiesta 1.0 (quatro portas)- tiveram redução de 10%. As tabelas devem sair hoje. A Renault diminuiu os preços do Logan e do Sandero (versões de entrada) em, respectivamente, 9,9% e 10,1%. A Hyundai também anunciou redução de preços. A chinesa JAC, que tem IPI maior por não ter fábrica no Brasil, mas foi beneficiada em menor proporção, também baixou os preços, entre 4,9% e 5,2%. Os carros com motor 1.0 feitos no país tiveram o IPI reduzido de 7% para zero. Os automóveis com motor de 1.0 a 2.0 flex brasileiros tiveram a alíquota reduzida de 11% para 6%. O IPI dos importados com essa mesma variação de cilindrada caiu de 41% para 35,5%. Para o consultor da PwC Marcelo Cioffi, a redução dos impostos e a liberação de parte do compulsório formaram um pacote que vai criar um "efeito positivo na demanda". "Essa receita foi positiva em 2008, durante a crise, e será mais agora", disse. Segundo o consultor Arnaldo Brazil, da MSX International, a medida cria um "bom momento" para aquisição de veículos novos. A Anfavea (associação dos fabricantes de veículos) afirmou que a expectativa é que as medidas possam reverter a queda nas vendas. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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