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Análise Mercado Financeiro

Bancos privados e governo firmam trégua

Redução de IOF permitiu a retomada das negociações após o embate sobre os juros travado há cerca de um mês

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

NA PAUTA PARA SELAR a PAZ ESTÃO MAIS CORTE DE JUROS e MUDANÇAS NAS REGRAS PARA o CADASTRO POSITIVO

Depois da queda de braço por conta da pressão pela redução dos juros, os bancos privados ensaiam uma trégua com a equipe econômica.

Diante da necessidade de destravar o crédito para financiamento de veículos, o setor conseguiu do governo a redução de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incidente sobre todas as operações com pessoas físicas.

Esse é apenas um dos vários itens na lista de negociação, mas serviu de bandeira branca para a retomada das conversas após o embate que foi travado há pouco mais de um mês.

Na ocasião, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) empurrou para a equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda) a responsabilidade pela queda dos juros ao consumo.

Agora, na pauta das conversas para selar o acordo de paz definitivo estão mais corte de juros, mudanças nas regras para implantação do cadastro positivo -uma central de dados que permitirá aos bancos avaliar a capacidade de pagamento dos clientes- e medidas para facilitar a portabilidade de dívidas entre instituições financeiras, sobretudo financiamentos habitacionais.

As discussões estão sendo encaminhadas diretamente pelo ministro Mantega e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, com os presidentes dos maiores bancos do país.

No caso do cadastro positivo, já há uma versão preliminar do texto.

O ponto principal é definir os responsáveis legais por qualquer manipulação errada das informações sobre histórico de pagamento dos consumidores.

Já para fazer com que os mutuários possam migrar o empréstimo imobiliário para bancos que ofereçam melhores condições ainda não há uma solução para reduzir o custo da transação.

SAÍDA

Na segunda-feira, durante encontro em São Paulo, coube ao governo promover a saída para o impasse com os bancos garantindo a redução do IOF.

A medida, segundo a Folha apurou, foi retirada da gaveta na última hora depois que indicadores preliminares do BC apontaram um crescimento muito abaixo do previsto no primeiro trimestre.

A indústria automotiva, uma das que mais reclamavam da falta de crédito para o consumo, tem um grande peso no volume de crédito e também ajuda a desenvolver várias segmentos ao longo da cadeia produtiva.

Além disso, com a redução do imposto, o governo ajuda a reduzir o custo do endividamento das famílias, contribuindo para aumentar o crédito e diluir a inadimplência, uma das maiores preocupações do setor financeiro.

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