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Crise faz Mercedes-Benz afastar 1.500 operários em São Bernardo

Trabalhadores terão contratos suspensos de 18 de junho a 17 de novembro, em sistema 'lay-off'

Empresa prevê melhora nas vendas no segundo semestre; Scania, Volvo e MAN também freiam produção de caminhões

CLAUDIA ROLLI
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

A crise no mercado de caminhões e ônibus levou a Mercedes-Benz a suspender, por cinco meses, os contratos de trabalho de 1.500 funcionários de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

O acordo foi assinado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT) para evitar demissões. É a primeira vez, em 50 anos no país, que a empresa adota o mecanismo, conhecido como "lay-off" e previsto na lei. Ford, GM e Volks já suspenderam o contrato de trabalho de seus funcionários durante períodos de crise, como em 1998 e em 2008.

A Mercedes já havia concedido neste ano férias coletivas e licença remunerada para ajustar a produção. As medidas foram insuficientes, porém, para absorver a mão de obra excedente na fábrica.

Os 1.500 afastados representam 17,6% dos funcionários da produção (8.500). Ficarão fora da fábrica de 18 de junho a 17 de novembro e farão cursos de qualificação.

No período, recebem bolsas do Fundo de Amparo ao Trabalhador, de R$ 1.163, e o restante do salário será pago pela Mercedes. A média salarial (líquida) é de R$ 2.800.

"O 'lay-off' foi o sistema encontrado para evitar a demissão", afirmou Sérgio Nobre, presidente do sindicato.

Fernando Fontes Garcia, vice-presidente de RH da empresa, disse que as medidas tomadas pelo governo devem contribuir para a recuperação do setor até o segundo semestre. "Até lá, decidimos usar o sistema para ter mais flexibilidade na produção."

A Scania fechou acordo para interrupção na produção por até 20 dias no ano em troca de garantia de empregos até dezembro. Vai parar na sexta-feira e pode repetir a medida em julho e agosto.

As últimas medidas do governo podem ser a salvação da indústria de veículos pesados no Brasil, segundo o presidente da MAN Latin América, Roberto Cortes.

Instalada em Resende (RJ), a MAN vai parar a produção de 4 a 17 de junho. A meta é reduzir os estoques de 48 para 30 dias. Cortes acredita que a redução do custo financeiro na linha do Finame pode compensar o aumento de custo para o frotista ou o autônomo na compra do caminhão com a tecnologia Euro 5, que reduz a emissão de poluentes

Na Volvo, em Curitiba, o estoque de caminhões é de 4.000 unidades -o dobro do normal, segundo o sindicato local. A montadora suspenderá a produção por seis dias.

Colaborou a Agência Folha, de Curitiba

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