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Para cortar custo, jornais deixam de ter circulação diária nos EUA

Publicação premiada de Nova Orleans circulará 3 vezes por semana

DE SÃO PAULO

Para reduzir custos, alguns jornais impressos dos EUA e do Canadá estão deixando de circular todos os dias.

Há duas semanas, o "Times-Picayune", jornal de Nova Orleans com prêmio Pulitzer no currículo, anunciou que a partir de setembro circulará três vezes por semana.

Nos demais dias, os leitores terão o noticiário do site, que permanece gratuito.

A redução da frequência de impressão afeta outros três diários do grupo Advance Publications: "The Birmingham News", "Press-Register of Mobile" e "The Huntsville Times", todos do Alabama. A circulação dos quatro jornais caiu 6% no último ano.

A medida é uma forma de sobrevivência em um cenário de crescente migração de leitores para plataformas digitais e de receita publicitária digital ainda longe de substituir a receita comercial gerada pela edição impressa.

A expectativa é que a manutenção de edições impressas permitirá manter parte das receitas do impresso, reduzindo custos de impressão e circulação -estimados em 30% do custo total das empresas nos EUA.

Dias após o anúncio do Advance, o grupo canadense Postmedia anunciou o fim da circulação da edição dominical do "Calgary Herald", do "Edmonton Journal" e do "Ottawa Citizen".

O Digital First Media, que controla 75 diários nos EUA, afirma que estuda reduzir a circulação dos impressos.

A medida não é nova para o Advance, que em 2009 já tinha reduzido a frequência das impressões do jornal de Michigan "Ann Arbor News" -reduzido a um site, com edições impressas às quintas-feiras e aos domingos.

SURPRESA

A redução da circulação do "Times-Picayune" surpreendeu por se tratar de um dos jornais com maior tiragem entre os 50 maiores não nacionais. Em março, a circulação diária média era de 133 mil exemplares, 49% menos do que em 2005.

O corte fará de Nova Orleans a primeira metrópole dos EUA sem um jornal diário. A medida será acompanhada de cortes de pessoal.

"Jornais ficam de olho na vida pública. Sem os diários, isso acaba. Sites não têm dinheiro para manter uma grande equipe ou fazer grandes investigações" escreveu Errol Laborde, publisher do "New Orleans Magazine".

"É como um departamento de polícia reduzindo em um terço o número de policiais."

Na Inglaterra, a edição dominical do tabloide inglês "The Sun", concebida pelo grupo do magnata Rupert Murdoch para substituir o "News of the World", teve circulação 28% menor em abril em relação a fevereiro.

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