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Instituição pública fica fora de socorro

DE BRASÍLIA

Diante do risco de novos problemas e da falta de interesse das grandes instituições privadas em socorrer o Cruzeiro do Sul, o governo tenta, por ora, deixar os bancos oficiais fora das opções para contornar o prejuízo.

Segundo técnicos envolvidos nas discussões, o governo considera que houve contribuição com a compra do Votorantim pelo Banco do Brasil e do PanAmericano pela Caixa Econômica Federal.

Após receber pelo menos duas negativas de grandes bancos privados para a compra do Cruzeiro do Sul, de um negociação fracassada com o BTG e de ter de intervir na instituição trocando a gestão atual, o governo teme que a demora numa solução para o caso espalhe a crise para outras instituições menores.

Segundo a Folha apurou, a decisão do Banco Central de usar a intervenção por meio de um regime especial de administração (Raet) em vez de deixar o Cruzeiro do Sul quebrar tem por trás o medo de interromper o ciclo que garante a sobrevivência de boa parte dessas instituições: a venda dos créditos originados para bancos maiores.

DESCONFIANÇA

Para integrantes do governo, a liquidação do Cruzeiro do Sul faria com que os bancos que compram carteiras de crédito dos menores desconfiassem de problemas em outras instituições.

Estimuladas pela estratégia do governo de turbinar o consumo, essas instituições se alavancaram e agora enfrentam falta de recursos. A avaliação é que as fraudes do PanAmericano e do Cruzeiro do Sul são casos isolados.

Em audiência no Congresso, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que nada impede que o Cruzeiro do Sul seja comprado por outra instituição.

Segundo a Folha apurou, a negociação com o BTG foi suspensa diante da exigência do banco de que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) se responsabilizasse por qualquer problema que fosse encontrado no Cruzeiro do Sul.

O BB terá de administrar um aporte de cerca de R$ 2 bilhões somente neste ano para cobrir perdas do Votorantim com empréstimos concedidos. A capitalização está sendo negociada com o Ministério da Fazenda e deverá incluir mais R$ 1 bilhão.

(SHEILA D'AMORIM, NATUZA NERY, MAELI PRADO E JÚLIA BORBA)

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