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Commodities

PE estima prejuízo de R$ 412 mi com seca

Estiagem já causa perda de 91% das produções de milho, feijão e mandioca, segundo o governo pernambucano

Consumidor já sente o impacto; preço do saco de 30 kg do feijão saltou de R$ 69,09 para R$ 141,26 em um ano

Gustavo Magnusson / Fotoarena/Folhapress
O agricultor Sebastião dos Santos em frente a plantações de milho e feijão perdidas por causa da seca em Columbi (PE)
O agricultor Sebastião dos Santos em frente a plantações de milho e feijão perdidas por causa da seca em Columbi (PE)

DANIEL CARVALHO
DE SÃO PAULO

A estiagem que castiga o Nordeste brasileiro neste ano já impôs prejuízo de R$ 412 milhões a agricultores familiares dos 56 municípios do sertão pernambucano.

De acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado, a perda foi de, no mínimo, 91% das produções de milho, feijão e mandioca.

O governo pernambucano chegou ao valor do prejuízo cruzando dados da produtividade média de cada item com a publicação diária de valores do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE).

A seca ainda não chegou à zona da mata, região mais próxima ao litoral, mas a área atingida já preocupa.

O Estado estima redução de 20% na produção de cana-de-açúcar, que atingiu 18 milhões de toneladas em 2011.

A maior parte (70%) da cana de Pernambuco é destinada à produção de açúcar. O restante vai para o processamento de etanol.

No agreste do Estado, entre o sertão e a zona da mata, não há estimativa de prejuízo porque o período chuvoso na região vai até fim de julho. Mas as precipitações estão em somente 25% da média.

O consumidor já sente o impacto da seca nas produções em todo o Nordeste.

No Ceasa-PE, o preço do saco de 30 quilos de feijão-carioquinha saltou de R$ 69,09 para R$ 141,26 em um ano.

A diretoria técnica operacional do centro de abastecimento atribui o aumento à perda de 80% da produção baiana e à redução de 27% no cultivo no Paraná, em razão de baixos preços praticados no ano passado.

PECUÁRIA

Uma grande preocupação dos pernambucanos é a bacia leiteira do agreste.

Em condições normais, os 110 mil criadores controlam produção de 2,5 milhões de litros de leite por dia -o faturamento chegou a R$ 1,1 bilhão em 2010, diz o secretário Ranílson Ramos. O prejuízo em 2012 é de 30%.

"Foi um esforço de 15 anos para formar um plantel de boa qualidade. A recomposição desse rebanho é o grande problema", disse Ramos.

Sem pastagem e dinheiro para ração, criadores vendem o gado para outros Estados.

Nos primeiros cinco meses deste ano, o número de Guias de Trânsito de Animais -documentos que comprovam movimentação- chegou a 980 mil, ante 650 mil no mesmo período de 2011.

Pernambuco diz que busca acelerar operações para que criadores tenham acesso a linhas federais de crédito.

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