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Commodities PE estima prejuízo de R$ 412 mi com seca Estiagem já causa perda de 91% das produções de milho, feijão e mandioca, segundo o governo pernambucano Consumidor já sente o impacto; preço do saco de 30 kg do feijão saltou de R$ 69,09 para R$ 141,26 em um ano
DE SÃO PAULO A estiagem que castiga o Nordeste brasileiro neste ano já impôs prejuízo de R$ 412 milhões a agricultores familiares dos 56 municípios do sertão pernambucano. De acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado, a perda foi de, no mínimo, 91% das produções de milho, feijão e mandioca. O governo pernambucano chegou ao valor do prejuízo cruzando dados da produtividade média de cada item com a publicação diária de valores do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE). A seca ainda não chegou à zona da mata, região mais próxima ao litoral, mas a área atingida já preocupa. O Estado estima redução de 20% na produção de cana-de-açúcar, que atingiu 18 milhões de toneladas em 2011. A maior parte (70%) da cana de Pernambuco é destinada à produção de açúcar. O restante vai para o processamento de etanol. No agreste do Estado, entre o sertão e a zona da mata, não há estimativa de prejuízo porque o período chuvoso na região vai até fim de julho. Mas as precipitações estão em somente 25% da média. O consumidor já sente o impacto da seca nas produções em todo o Nordeste. No Ceasa-PE, o preço do saco de 30 quilos de feijão-carioquinha saltou de R$ 69,09 para R$ 141,26 em um ano. A diretoria técnica operacional do centro de abastecimento atribui o aumento à perda de 80% da produção baiana e à redução de 27% no cultivo no Paraná, em razão de baixos preços praticados no ano passado. PECUÁRIA Uma grande preocupação dos pernambucanos é a bacia leiteira do agreste. Em condições normais, os 110 mil criadores controlam produção de 2,5 milhões de litros de leite por dia -o faturamento chegou a R$ 1,1 bilhão em 2010, diz o secretário Ranílson Ramos. O prejuízo em 2012 é de 30%. "Foi um esforço de 15 anos para formar um plantel de boa qualidade. A recomposição desse rebanho é o grande problema", disse Ramos. Sem pastagem e dinheiro para ração, criadores vendem o gado para outros Estados. Nos primeiros cinco meses deste ano, o número de Guias de Trânsito de Animais -documentos que comprovam movimentação- chegou a 980 mil, ante 650 mil no mesmo período de 2011. Pernambuco diz que busca acelerar operações para que criadores tenham acesso a linhas federais de crédito. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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