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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Açúcar rende menos neste ano e perde vantagem comparativa com o álcool

O açúcar parou de ser o carro-chefe do setor sucroalcooleiro neste início de safra, o que vinha ocorrendo nos últimos anos. Ou seja, o rendimento do álcool anidro já se aproxima do do açúcar, o que não ocorria desde 2009, à exceção de um momento pontual em 2011, quando o combustível esteve em falta.

A avaliação é Julio Maria Borges, da JOB Economia e Planejamento Ltda. "É uma situação nova e pode deixar o mercado mais alcooleiro."

Tomando como parâmetro o açúcar negociado no mercado interno, o rendimento financeiro do álcool anidro já se iguala ao do açúcar no Nordeste e fica somente 3% abaixo do do mesmo produto na região centro-sul.

O álcool hidratado ainda rende 15% menos do que o açúcar, mas, se este último continuar caindo no mercado externo, perderá essa vantagem.

O percentual médio de 3% do açúcar sobre o anidro é muito pequeno, uma vez que cada usina tem custos e rendimentos diferenciados.

O açúcar vinha rendendo mais do que o álcool devido à quebra da safra mundial. As usinas optavam mais pelo açúcar, provocando oferta menor do etanol.

Esse novo cenário, devido à recomposição da produção de açúcar em outros países produtores, conjugado com o ambiente econômico global ruim, pode derrubar ainda mais os preços do açúcar.

Se isso ocorrer, as usinas vão optar por maior produção de álcool.

Internamente é bom porque eleva a oferta do combustível. Externamente, o mundo vai perceber que o açúcar passa a ter um piso de queda.

Abaixo desse valor, as usinas do Brasil -principal produtor mundial de açúcar- optam pelo álcool.

Trigo A produção nacional na safra 2012/13 deverá somar 5,1 milhões de toneladas, 12% menos do que na anterior, segundo estimativas da Conab. Em 2011/12, a produção havia sido de 5,8 milhões de toneladas.

Área O trigo terá pouco atrativo sobre os produtores neste ano, que reduzirão a área de plantio para 1,92 milhão de hectares, 11% menos do que os 2,2 milhões do ano passado.

Em queda Os preços do trigo voltaram a cair ontem na Bolsa de Chicago. A safra em Kansas e em Oklahoma, áreas produtoras norte-americanas, avança devido ao clima seco. A queda ontem foi de 2,31%, acumulando 7% em sete dias.

PRATA

+1,42%

Ontem, em Nova York

MILHO

+1,64%

Ontem, no mercado interno

Produção menor de soja reduz estoques em 67%

Praticamente terminada a safra de verão, a Conab e o IBGE estimam que a safra de grãos fique em 161 milhões de toneladas, próxima da de 2011. Poderia ser muito maior.

Só a perda com soja foi de 10 milhões de toneladas. A perda foi compensada pela alta de 9 milhões de toneladas na produção de milho.

Se o clima não tivesse castigado algumas das principais regiões produtoras, principalmente no Sul, a safra nacional de grãos teria superado 170 milhões de toneladas.

O resultado desse cenário recai sobre os preços e os estoques. O milho cai, e a soja se mantém em alta. Quanto aos estoques, o volume final de soja recua para 1,1 milhão de toneladas (67% menos do que em 2011); o de milho vai para 16 milhões (73% mais).

Oferta acima do consumo deixa o algodão em baixa

Os estoques mundiais de algodão devem subir para 14,5 milhões de toneladas na safra 2012/13. Esse aumento ocorre, pelo terceiro ano consecutivo, pela maior produção do que pelo maior consumo, segundo o Icac, o comitê internacional do algodão.

Em 2011/12, a produção subiu para 27 milhões de toneladas, e o consumo recuou para 23 milhões. Na safra 2012/13, a produção recua para 25 milhões de toneladas, mas ainda fica acima do consumo mundial, de 24 milhões de toneladas, segundo o Icac.

Esse novo quadro de estoques maiores e perda de ritmo no consumo, principalmente por parte da China, derrubou os preços. O preço do algodão caiu 59% nos últimos 12 meses na Bolsa de commodities de Nova York.

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