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Análise

Caso Cruzeiro do Sul expõe fragilidade dos controles

ALUÍSIO ALVES
GUILLERMO PARRA-BERNAL
DA REUTERS

A intervenção no Banco Cruzeiro do Sul voltou a mostrar que mesmo mecanismos mais eficazes de controle ainda têm limites.

Para especialistas, a distância entre desconfiar de algo errado nos bancos e comprová-lo reflete em parte a própria regulação, que dificulta o trabalho de auditores, mas ao mesmo tempo não é capaz de coibir a "criatividade bancária".

"É dificílimo detectar", disse o economista João Augusto Frota Salles, da consultoria RiskBank. "Não tinha nada no balanço do Cruzeiro do Sul que apontasse um problema grave."

Os três bancos que sofreram intervenção desde 2011 -Cruzeiro do Sul, PanAmericano e Morada- têm em comum o foco em financiamento ao consumo, ícone do ciclo de expansão baseada em aumento do crédito.

Valendo-se de dólar barato e alta liquidez internacional, vários bancos médios brasileiros tomaram recursos no exterior para lastrear carteiras de financiamento ao consumo, como consignado e compra de veículos, o que frequentemente cria situações de descasamento de prazos, o chamado "mismatch".

Esse movimento foi acelerado desde o fim de 2008, por orientação do governo, preocupado em elevar o consumo doméstico e assim amenizar os efeitos da crise.

Agora, especialistas consideram que esse modelo dá sinais de fadiga, à medida que o comprometimento da renda das famílias com dívidas e a inadimplência atingem as máximas em quase três anos, com a relação crédito/PIB tendo quase dobrado em nove anos, para perto de 50%.

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