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População explodiu com obras de Itaipu

DANILO JANÚNCIO
DO BANCO DE DADOS

Perto dos cem anos de vida, a Foz do Iguaçu que se destaca hoje pela oferta de serviços especializados vem muito do crescimento irregular pelo qual passou a cidade.

O boom populacional se deu com o início da construção da hidrelétrica de Itaipu, em 1974. Com a economia voltada ao turismo, o município não tinha a infraestrutura necessária para receber os 16 mil trabalhadores que chegavam de todo o Brasil e de vizinhos, além de um pelotão de 1.500 soldados da PM.

Em um ano, a população cresceu 40% e o custo de vida dobrou, resultado da especulação imobiliária e da alta da demanda por alimentos e roupas. Durante o pico das obras de construção da barragem, entre 1977 e 1981, Itaipu mobilizou diretamente 40 mil operários.

Quando parte da hidrelétrica foi inaugurada em 1984, a população já havia crescido 250%. Com o fim das obras, 8.000 pessoas foram demitidas entre 1990 e 1991. Grande parte dos desempregados se voltou para o comércio ambulante, que se apoiava nos 7 milhões de turistas que visitavam Foz do Iguaçu anualmente -entre eles, 4 milhões de sacoleiros.

Levantamento feito pela prefeitura em 1990, quando a cidade contava com 230 mil habitantes, apontava o resultado do crescimento caótico: 1 em cada 6 habitantes vivia em favelas.

Além disso, 62% da população era analfabeta e um quinto das crianças em idade escolar não estava matriculada. Na cidade mundialmente conhecida pelas cataratas, 35% das casas não eram abastecidas com água.

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