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Auditor tenta reabrir negociação de banco

Interventores apostam no trabalho da PwC para dar segurança a possíveis interessados no Banco Cruzeiro do Sul

Banco é especializado em crédito com desconto em folha, negócio visto como sem futuro pelos rivais

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

A auditoria PwC (PriceWaterhouseCoopers) inicia hoje um pente fino nas operações de crédito do Banco Cruzeiro do Sul, que está sob intervenção do Banco Central, para calcular o rombo na contabilidade e reabrir as negociações com o BTG Pactual.

Com apenas um interessado no Cruzeiro do Sul, se o BTG Pactual desistir definitivamente do negócio, como se comenta, poderá levar à liquidação do banco.

Após abrir o capital na Bolsa, o Pactual reluta em fazer um negócio que pode ser questionado pelos acionistas minoritários. O principal interesse do Pactual no Cruzeiro do Sul é se apropriar de um crédito fiscal, decorrente de prejuízos passados, que pode passar de R$ 500 milhões.

Segundo um interlocutor do governo, o banco de André Esteves continua no páreo e "desdenha" do Cruzeiro do Sul com objetivo de "comprar mais barato".

Nomeado administrador do banco, o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) não quer permanecer indefinidamente tocando a instituição, que também não desperta interesse dos demais bancos comerciais brasileiros.

Especializado em crédito consignado, o Cruzeiro do Sul como a maioria dos bancos pequenos está imerso em um negócio considerado sem futuro desde o escândalo contábil no PanAmericano.

À época, os grandes bancos pararam de comprar carteiras de crédito, principal forma de captação de recursos dessas instituições, e passaram a fazer diretamente essas operações.

Com experiência no escândalo do PanAmericano, a PwC foi contratada pelo FGC, que deu um prazo inicial de 60 dias para os auditores conferirem mais de 300 mil operações de crédito de valores que vão de R$ 800 a R$ 5 mil.

Mais do que definir o tamanho das perdas, a PwC deve fechar o valor do benefício fiscal, que pode ser contestado pela Receita Federal por decorrer, possivelmente, de negócios fictícios.

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