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Análise

Preço do 4G vai dar sobrevida ao 3G ainda por muito tempo

Preço do 4G vai dar sobrevida ao 3G ainda por muito tempo

EDUARDO TUDE
ESPECIAL PARA A FOLHA

O leilão de frequências de 2,5 GHz para a implantação do 4G não apresentou surpresas. As quatro principais operadoras de celular do Brasil arremataram os quatro principais lotes de frequências com abrangência nacional.

Claro e Vivo ficaram com as bandas de 20 MHz, e TIM e Oi, com as de 10 MHz.

Com uma banda maior, a operadora pode implantar redes que comportam mais usuários e oferecer velocidades maiores.

Por essa razão, o preço mínimo das bandas de 20 MHz era R$ 630 milhões, o dobro do preço das de 10 MHz (R$ 315 milhões).

No leilão de frequências para 3G, realizado em 2007, havia também quatro lotes de frequências para cada região geográfica, mas a participação de um quinto concorrente, a Nextel, fez com que os primeiros lotes fossem vendidos com ágios sobre o preço mínimo superiores a 200%.

No segundo dia do leilão de 3G, quando a Nextel decidiu deixar a disputa, o ágio caiu para a faixa de 30% a 70%.

Os lotes de 4G com banda de 20 MHz foram disputados por três operadoras (Claro, Vivo e Oi) e arrematados por Claro e Vivo com ágios de 34% e 66,6%, respectivamente.

Não houve disputa nos lotes seguintes. TIM e Oi ficaram com as bandas de 10 MHz pagando ágios de 8% e 5%, respectivamente.

O resultado do leilão reflete a ênfase que essas operadoras têm dado à implantação do 3G no Brasil.

A Vivo é a líder em acessos banda larga móvel e em cobertura 3G, ao atender a mais de 2.700 municípios com essa tecnologia.

A Claro é a líder em acessos via aparelhos 3G e a segunda colocada em cobertura atendendo a cerca de 900 municípios.

Vivo e Claro foram também as primeiras a disponibilizar a tecnologia 3G+ no Brasil, com velocidades entre 3 Mbps e 6 Mbps.

Logo, era previsível que essas operadoras estivessem dispostas a investir mais na aquisição dessas frequências.

A tendência mundial é que a receita de dados das operadoras móveis, principalmente acesso à internet, supere as receitas de voz.

Com a aquisição de bandas maiores, Claro e Vivo passam a ter mais recursos para prover esses serviços. Essa vantagem não é, no entanto, definitiva.

O preço dos smartphones 4G deve ser uma barreira para os usuários adotarem essa tecnologia, que deve coexistir por muitos anos com a 3G.

Outras oportunidades para as operadoras adquirirem frequências para 4G devem ocorrer.

Em 2016, o Brasil deve completar a transição da TV analógica para a digital, o que vai liberar frequências em 700 MHz que poderão também ser licitadas para serem utilizadas com 4G.

EDUARDO TUDE é presidente da consultoria Teleco.

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