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Mais de 1/3 da população está endividada

Levantamento encomendado pela indústria mostra que 64% dos mais pobres não têm conta-corrente ou poupança

Corte de juros favorece migração de dívidas; limite do cheque especial perde espaço, diz economista da CNI

PRISCILLA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA

Mais de um terço da população brasileira não tem conta-corrente ou poupança, mostrou pesquisa da CNI-Ibope divulgada ontem.

Entre a população de baixa renda, essa proporção é bem maior -64% dos que têm renda familiar de até um salário mínimo não dispõem de conta bancária.

Na faixa de renda superior a dez salários mínimos, somente 8% não estão incluídos no sistema financeiro.

O levantamento evidenciou também que a população brasileira tem uma propensão pequena a poupar e que, quanto maior a renda, maior a probabilidade de endividamento.

"Mais de um terço dos entrevistados tem algum tipo de dívida, e esse percentual aumenta conforme cresce a faixa de renda em que a pessoa se encontra. Em relação àqueles que poupam, os de mais alta renda também são aqueles que poupam mais", afirmou Danilo Garcia, economista da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Entre os que têm rendimento acima de dez salários mínimos, 53% estão endividados. O percentual de endividamento cai para 26% entre os que recebem até um salário mínimo.

Os homens estão devendo mais do que as mulheres. Na média geral, 41% deles disseram estar com alguma dívida, ante 35% delas.

CHEQUE ESPECIAL

O limite do cheque especial representa somente 5% do endividamento. Segundo o economista da CNI, esse endividamento mostra uma migração das dívidas do cheque especial, que geralmente tem taxas de juros elevadas, para dívidas de prazos maiores e juros menores, como o crédito consignado.

"A redução dos juros fez com que a população tivesse facilidade para trocar as dívidas de curto prazo e com juros altos por débitos com prazos de pagamento mais longos e taxas menores", afirmou Garcia.

De acordo com o economista, os juros menores também facilitam a expansão do crédito e com isso diminuem a propensão dos brasileiros para poupar.

Foram entrevistados 2.002 eleitores a partir de 16 anos entre os dias 16 e 19 de março de 2012 em 141 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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