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Gás natural para indústria pode aumentar mais 3%

Arsesp aplicou reajuste de 16,4% e reconhece que índice ainda é provisório

Agência aguarda negociação entre o Estado e a Petrobras; indústria tem aumento de 44% em um ano

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

A Secretaria Estadual de Energia de São Paulo se comprometeu com uma meta difícil de cumprir: evitar que a Arsesp (agência reguladora do setor de energia no Estado) repasse mais 3% de aumento do gás natural a clientes industriais da Comgás.

Com a nova alta, a indústria terá um reajuste de 19,4%, e não mais de 16,4%, conforme anunciado pela Arsesp no dia 1º. Confirmado o aumento, os grandes consumidores de gás no Estado terão incorporado reajuste superior a 44% num ano.

O gás natural, em algumas cadeias produtivas, representa quase 30% no custo final da produção. Em outros casos, como na produção da amônia ou do metanol, o custo alcança 80%.

O reajuste total não foi autorizado pela agência reguladora, após pedido feito pela Secretaria de Energia.

O governo estadual disse que abriria uma negociação com a Petrobras, a fim de buscar alternativa para evitar o repasse do custo do gás boliviano, conforme determina o modelo de reajuste.

A Arsesp informou que aguardaria o desfecho de tal negociação. Em entrevista recente, a presidente da Petrobras, Graça Foster, negou que haja qualquer negociação em São Paulo que envolva mudanças nas atuais regras.

SILÊNCIO

A Comgás decidiu esperar o desfecho. Mas diz que reagirá se não houver recomposição da tarifa do gás boliviano para US$ 10,58 por milhão de BTU. Na portaria 308, a Comgás teve atualizada a tarifa para gás estrangeiro de US$ 9,58 para US$ 9,97 por milhão de BTU (unidade medidora do poder da queima).

A distribuidora afirma que, sem a recomposição, a diferença entre o que paga e o que recebe será de R$ 100 milhões até o próximo reajuste, em 2013. Pelo contrato, a Comgás tem direito ao repasse integral do valor gasto para a compra do gás natural.

O problema é que a valor do petróleo e a disparada do dólar produzem um efeito devastador para o consumidor, e é isso que acontece agora.

Até 1º de junho, a Comgás reivindicava o ressarcimento de R$ 248 milhões por ter comprado gás sem ter recursos da tarifa. A Arsesp reconheceu o problema, mas determinou que essa recomposição tinha de ser feita ao longo de 24 meses. Para isso, o consumidor vai pagar R$ 0,03 por metro cúbico por dois anos para zerar a conta.

A Comgás espera que o reajuste de 3% encerre o que chama de defasagem e admite que o aumento agora vai afetar o consumo.

Segundo o diretor vice-presidente da Comgás, Sérgio Luiz da Silva, uma parte dos consumidores industriais, principalmente aqueles com consumo acima de 80 mil metros cúbicos por dia, teria mais vantagem em consumir outros combustíveis.

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