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Commodities

Trigo encarece e eleva preço do pãozinho

Pressão vem da valorização do dólar e do crescimento das exportações do grão; indústria paga 20% mais pela farinha

Padarias da capital de SP elevam preço do pão em R$ 0,50 o quilo, em média, mas há caso de alta de R$ 1,50

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
DO “AGORA”

A alta do dólar, que encarece o preço do trigo importado pelo Brasil, fez o preço do pãozinho aumentar na capital paulista. O aumento do quilo do pão francês foi de, em média, R$ 0,50 em relação ao valor cobrado em fevereiro, segundo levantamento feito ontem em 20 padarias da cidade.

Dessas, nove já reajustaram a tabela e, segundo o Sindipan (sindicato das panificadoras), todas as padarias da capital devem aumentar os valores em até 5% nos próximos meses.

A variação entre o preço cobrado em fevereiro e o atual pode ser ainda maior do que o R$ 0,50. Em padaria localizada no Campo Belo (zona sul), por exemplo, a alta foi de R$ 1,50, com o quilo

do pãozinho passando de R$ 12,80 para R$ 14,30.

Segundo o presidente do Sindipan, Antero José Pereira, a alta ocorreu porque as padarias dependem dos preços do trigo e da farinha e, com o aumento do dólar, os comerciantes precisam atualizar a tabela para não ter perdas. "A alta vai variar conforme o tipo de estabelecimento e o custo da mão de obra."

De acordo com o IPV (Índice de Preços do Varejo), divulgado pela Fecomercio SP (federação do comércio), os preços tiveram alta de 3,45% em abril.

MOTIVO DA ALTA

O preço do trigo subiu porque o do dólar teve valorização diante do real (13% nos últimos dois meses) e as exportações brasileiras do cereal aumentaram.

Com mais exportações, o país tem de importar mais trigo, principalmente de países do Mercosul. Resultado: é preciso gastar mais reais para importar a mesma quantidade de trigo.

A indústria já cita aumento de 20% na farinha, usada para panificação e preparo de massas e biscoitos.

Aliado à alta do dólar, outro fator que pode influenciar os preços é a quantidade do estoque nacional.

As lavouras, concentradas no Sul, vão diminuir de tamanho neste ano devido à opção de agricultores paranaenses pelo cultivo do milho no inverno. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê que a safra recue 10%. Os triticultores reclamam dos custos de produção.

O Rio Grande do Sul, que assumirá a liderança no cultivo do cereal, viu parte de sua última safra deixar o mercado interno por conta de um programa de exportações do governo federal.

Com FELIPE BÄCHTOLD, de Porto Alegre

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