Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Análise

Demanda por empréstimo depende das expectativas

SAMY DANA
MIGUEL BANDEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Qualquer livro de finanças prega que a redução dos juros implica alta da demanda e, consequentemente, volume maior de empréstimo.

No entanto, como explicar que, apesar de o governo ter colocado a Selic e os "spreads" bancários em níveis mínimos históricos, o crédito para empresas recuou 2% em abril com relação a março?

O volume de crédito depende da demanda por empréstimos, que, por sua vez, está relacionada às taxas de juros e às perspectivas futuras. Apesar da redução, o Brasil está em terceiro entre as taxas mais altas do mundo.

Outro ponto é a criação de outras taxas que são cobradas do empreendedor para obter esse empréstimo a juros mais baixos. Na prática, o empresário deve adquirir um ou mais produtos do banco para conseguir essas taxas mais atrativas.

Já as perspectivas futuras não são das melhores. As expectativas de crescimento do PIB brasileiro, que começaram o ano próximas a 4%, caíram. Hoje, dificilmente as projeções superam os 3%.

Os dados revelam que as famílias brasileiras têm uma parcela cada vez maior da sua renda comprometida, tolhendo aquele que tem sido o principal motor da economia brasileira nos últimos anos: o consumo das famílias.

Um último fator é que os impactos da redução dos juros sobre o volume de empréstimos não ocorrem do dia para noite.

SAMY DANA é doutor em finanças e professor da EESP-FGV. MIGUEL BANDEIRA é graduando em economia pela EESP-FGV, consultor e conselheiro da CJE-FGV.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.