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Cruzeiro do Sul é alvo de mais dois inquéritos da PF

Antes da intervenção, policiais já investigavam o trabalho de auditores

PF estuda unificar apurações de crime financeiro; advogado dos diretores nega irregularidade na gestão

TONI SCIARRETTA
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

O Banco Cruzeiro do Sul, que está sob intervenção do Banco Central há duas semanas, é alvo de mais dois inquéritos da Polícia Federal em São Paulo, além de uma investigação já iniciada pela PF no Rio de Janeiro.

As três investigações são de crimes financeiros, que levaram a um rombo de R$ 1,3 bilhão nas contas do banco.

Há suspeita de manipulação contábil e operações fictícias de crédito, além de formação de quadrilha e desvio de recursos.

A PF estuda fundir os três inquéritos e concentrar as apurações em apenas um Estado, facilitando o compartilhamento de provas e a tomada de depoimentos.

A superintendência paulista da PF iniciou as investigações para descobrir se foram cometidas fraudes contábeis, após a intervenção do BC.

O trabalho do BC levou também à abertura de inquérito no Rio, onde teria ocorrido parte das fraudes de crédito fictício com desconto em folha de pagamento do INSS e de servidores.

No entanto, antes da intervenção e dessas investigações, a PF de São Paulo já tinha um inquérito aberto para apurar irregularidades em uma auditoria no banco.

Até 2011, os auditores externos do Cruzeiro do Sul eram da KPMG. Neste ano, o banco a substituiu pela Ernst & Young. Agora, os interventores contrataram a PricewaterhouseCoopers, auditoria que vasculhou as fraudes no Banco PanAmericano, para conferir as operações suspeitas de crédito.

A Folha apurou que o inquérito sobre os auditores está bastante adiantado e pode ser concluído em semanas.

REUNIÃO

Amanhã, ocorre uma reunião entre os delegados da PF de São Paulo e representantes do BC e do Fundo Garantidor de Créditos, nomeado interventor no banco, para discutir a unificação dos trabalhos de investigação.

No fim de março, o BC descobriu irregularidades no registro de pequenos empréstimos de servidores e de aposentados do INSS feitos pelo Cruzeiro do Sul.

Há suspeita de que grande parte desses empréstimos seja antiga, concedida após as dificuldades de captação enfrentadas no fim de 2008.

As irregularidades vão desde ausência de contratos e documentação deficiente até falhas no pagamento de prestações. Essas deficiências levaram o BC a suspeitar de operações fictícias no banco.

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