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Bancos pequenos seguem como aposta

Para analistas, caso do Cruzeiro do Sul foi pontual e não deve contaminar o desempenho do setor no longo prazo

Após queda registrada com o anúncio de intervenção do Banco Central, preço das ações tende a se recuperar

LUCCA ROSSI
DE SÃO PAULO

Após a intervenção do Banco Central no Cruzeiro do Sul no início do mês por suspeita de fraude contábil de R$ 1,3 bilhão, as ações de bancos pequenos se desvalorizaram na Bolsa.

Receosos, muitos investidores venderam papéis de instituições financeiras de menor porte.

Na avaliação de especialistas, no entanto, o caso Cruzeiro do Sul foi pontual e não deve contaminar o desempenho do setor no longo prazo, embora a cautela deva permanecer no cenário.

"Somente com os próximos balanços é que teremos uma ideia mais clara sobre se os outros bancos foram ou não afetados", diz o economista Luiz Gustavo Medina, sócio da M2 Investimentos.

Para Medina, a consequência imediata para os pequenos é a maior dificuldade de captação de recursos.

André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, afirma que a queda das ações é normal após um anúncio de intervenção.

"Acho mais provável, porém, que os bancos pequenos e médios sofram mais por um agravamento da crise mundial do que com o que ocorreu no Cruzeiro do Sul", afirma Perfeito.

"O problema lá fora pode gerar um estresse no sistema financeiro que encareça o crédito inclusive para os bancos médios e pequenos aqui."

PERSPECTIVAS

Segundo o educador financeiro Mauro Calil, o investidor que tem papéis do segmento -principalmente do Cruzeiro do Sul- deve fazer uma análise cuidadosa da empresa antes de decidir vender ou manter as ações.

"Também pode ser uma oportunidade de compra, já que os preços estão mais baixos, desde que o investidor acredite que as ações vão se recuperar e que essa intervenção será positiva", destaca.

Calil ressalta ainda que as ações de bancos de todos os portes, inclusive os grandes, acompanham a tendência de queda da Bolsa no ano.

Enquanto o IFNC, índice composto apenas por ações do setor financeiro, registrou queda de 0,98% até sexta, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, teve desvalorização de 2,98%.

Para Medina, da M2, com a incerteza pós-intervenção, ações dos bancos grandes seguem como uma boa opção.

"Esses papéis tiveram queda expressiva no ano e entraram em recuperação."

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