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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Indústria de fertilizante antecipa importação

Os gastos com importações das indústrias de fertilizantes estão em ritmo acelerado neste mês. Os números provisórios do Ministério do Desenvolvimento indicam evolução de 92% em relação aos de maio, em dólares, e superam em 24% os de igual mês de 2011.

São números pontuais e não devem ser entendidos como uma marca para o ano, mas estão dentro da resposta das indústrias à crescente demanda dos produtores.

Com renda e bons preços para as commodities, pelo menos 90% dos agricultores de Mato Grosso, principal Estado brasileiro produtor de grãos, já fizeram compra antecipada do pacote de insumos que vão usar na safra 2012/13, que terá início no segundo semestre.

Se essas antecipações são convenientes para os agricultores, que garantem os insumos para uma safra que usará área recorde -só no caso da soja serão 27 milhões de hectares-, não deixam de ser vantajosas também para a indústria, que antecipa a entrega do produto e evita eventual caos logístico nas semanas que antecedem o plantio.

Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA), diz que, diante desse cenário de antecipação de compras por parte dos produtores, as indústrias também antecipam as importações para garantir as entregas.

SOJA NA DIANTEIRA

Essas compras externas são necessárias porque as indústrias começaram o ano com estoques baixos e aceleram compras para atender essa demanda crescente, segundo ele.

Até abril, a indústria de fertilizantes já havia entregado 7 milhões de toneladas de adubo, 8% mais do que em igual período do ano passado, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

Em 2011, a entrega total de fertilizantes alcançou o recorde 28,3 milhões de toneladas.

Essa compra acelerada se deve basicamente aos produtores de soja, que representam 34% das vendas totais de fertilizantes no ano.

Cana e café seguem em ritmo menos acelerado.

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Doce surpresa A produtividade média do milho alcançou o recorde 87 sacas por hectare nesta safra em Mato Groso, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). A colheita atingirá 13,1 milhões de toneladas.

Doce problema Com tanto milho sendo colhido, bem acima do esperado, a colheita passou a ser um transtorno para o produtor. A colheitadeira roda bem menos e volta cheia, mas nem sempre o caminhão já está à espera para nova carga.

Compensa Ainda bem que os preços do produto estão remuneradores, porque os custos de transporte e armazenagem também vão ser salgados. Após a produção recordista de soja, veio o recorde na de milho.

Sustentação O milho voltou a beirar os US$ 6 por bushel em Chicago, ontem. O primeiro contrato foi negociado com alta de 3,45%. Nos últimos 12 meses, os preços acumulam queda de 14% na Bolsa.

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Receita com exportações de carnes cai neste mês

Após um bom ritmo em maio, as receitas com exportações de carnes perdem força neste mês, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A média diária das exportações das carnes (bovina, suína e de frango) foi de US$ 61 milhões nas três primeiras semanas deste mês, 5% menos do que em maio.

Dados do Ministério da Agricultura mostram que em maio as exportações, principalmente as de carne suína, haviam crescido em quantidade, em valor exportado e no preço médio (os russos pagaram, no mês passado, 16% mais do que há um ano). O câmbio ajudou.

A Rússia, que mantém o embargo à carne há um ano, foi o país que pagou mais pela carne suína brasileira -US$ 5.962 por tonelada. Poucos Estados, no entanto, estão liberados para exportar para o país.

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