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Cai resistência do consumidor ao cadastro positivo

Desinformação e medo de exposição excessiva são obstáculos para maior adesão, diz estudo da Boa Vista

Novo banco de dados pode reduzir juros e permitir concessão de crédito para mais pessoas, diz especialista

CLAUDIA ROLLI
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

A resistência do consumidor para incluir seu nome no cadastro positivo, central de dados que permitirá aos bancos e instituições avaliar a capacidade de pagamento dos clientes, diminui no país.

Mas a falta de informação, o receio de perder a privacidade e o medo de ser discriminado caso atrase o pagamento de uma conta ainda são os principais motivos para que parte dos brasileiros rejeite o cadastro positivo.

Aprovado pelo governo, o cadastro depende de regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN) para entrar em vigor.

Pesquisa com 1.300 pessoas de 663 municípios, feita entre abril e maio deste ano pela Boa Vista Serviços, empresa que administra o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), mostra que aumentou para 57% o percentual de pessoas com conta em banco que pretendem autorizar o nome no cadastro. Em 2011, 50% tinham a intenção.

"Quando o consumidor toma conhecimento de que, ao aderir ao cadastro, pode acompanhar quem usa suas informações financeiras, para que finalidade e que seu histórico de consumo será avaliado na hora de obter crédito, a resistência diminui", diz Dorival Dourado, presidente da Boa Vista Serviços.

Entre a população de baixa renda e os que ainda não têm conta em banco, o maior receio é autorizar a inclusão e depois ser discriminado caso atrase o pagamento de uma conta qualquer.

A questão da privacidade também preocupa esses consumidores. "As classes A e B estão mais bancarizadas e, portanto, habituadas com a necessidade de divulgar informações para obter crédito", afirma o executivo.

Em sua opinião, o consumidor que aderir ao cadastro está seguro. "A privacidade e a segurança das informações são de responsabilidade das empresas que fazem a gestão do banco de dados. Elas serão fiscalizadas."

Tatiana Viola de Queiroz, advogada da ProTeste, diz que a instituição sempre foi contrária ao cadastro e continua temerosa, principalmente pela exposição do consumidor. "A regulamentação é fundamental para dar limites a essa exposição e também estabelecer punições."

Para o presidente da Boa Vista, uma das empresas que vão administrar o cadastro, ele terá impacto positivo.

"Ao entender melhor o comportamento do consumidor, o cadastro permite oferecer crédito com mais precisão. Permite que se empreste com taxas menores para mais pessoas. Isso fortalece o mercado interno."

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