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Commodities

Plano Safra tem redução de 18,5% no juro ao produtor

Parcela do crédito agrícola que terá taxas controladas pelo governo aumenta quase 20% em relação a 2011

Para Dilma, agricultura cumpre papel essencial no cenário de crise externa; plano é tímido, afirma especialista

DE BRASÍLIA

O governo anunciou ontem "o maior Plano Safra da história", no qual dará R$ 115,25 bilhões de crédito agrícola para a safra 2012/2013, com redução média de 18,5% de taxa de juros ao produtor.

Segundo Dilma Rousseff, que delineou o plano ontem com o ministro Mendes Ribeiro (Agricultura), o estímulo serve para mostrar que "a agricultura exerce papel essencial" no enfrentamento da crise internacional, gerando emprego e renda.

As medidas anunciadas ontem beneficiam a agricultura empresarial. O setor responde por 25% do PIB, e sua queda, devido à quebra na safra de soja, foi a maior responsável por brecar a economia no primeiro trimestre.

Embora o aumento total da verba ao crédito agrícola seja de 7,5% em relação ao Plano Safra de 2011, a parcela do dinheiro que terá juros controlados pelo governo (e subsidiados) cresceu quase 20% em relação a 2011. Os juros caíram para investimento, custeio e agricultura sustentável.

Limites de financiamento para custeio de produção foram ampliados de R$ 650 mil a R$ 800 mil por produtor.

"Queremos que o produtor rural concentre sua energia na terra, na colheita, e não na hipoteca", explicou Dilma.

A presidente também disse que o governo estuda criar uma agência de assistência técnica e extensão rural, para "disseminar as melhores práticas" na agricultura.

A nova agência seria formada por agentes públicos especializados e atenderia entidades ligadas ao agronegócio, como associações de produtores e cooperativas. Nem ela nem Mendes Ribeiro disseram quando a instituição será implementada.

Segundo o ministro, o objetivo é colher em 2012/2013 uma safra de 170 milhões de toneladas de grãos, mesma meta de 2011, frustrada por problemas climáticos.

SEGURO

A esse propósito, Mendes disse estar "mudando os patamares" do seguro agrícola, um dos nós do agronegócio. Hoje existe um programa de subvenção ao seguro, pelo qual o governo paga parte do prêmio às seguradoras.

O programa hoje tem segurados capitais de R$ 7,4 bilhões e o governo gastou nele, em 2011, R$ 253 milhões. O novo Plano Safra prevê chegar a R$ 8 bilhões segurados e R$ 400 milhões aplicados.

Para o agrônomo André Nassar, do Icone (Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais), o plano é tímido.

"Com a queda na Selic, ia acabar mais barato pegar dinheiro no mercado."

Segundo ele, onde poderia fazer diferença, na subvenção aos seguros, o avanço foi pequeno. "Foram 40 mil produtores atendidos em 2011. O país tem 5 milhões."

(CLAUDIO ANGELO E KELLY MATOS)

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