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Dólar e ouro lideram ranking no semestre

Moeda americana avança 7,54%, e metal, 8,79%, com piora na crise europeia; Bolsa é lanterna, com queda de 4,23%

Para o 2º semestre, perspectiva continua difícil para mercados, mas há espaço para recuperação da Bolsa

DE SÃO PAULO

Investidores de perfil conservador que apostaram na piora da economia global se deram bem no primeiro semestre, período marcado pelo aprofundamento da crise na Europa, pela recuperação lenta nos EUA e pela desaceleração na China e no Brasil.

No semestre, ouro e dólar lideraram o ranking das aplicações, com alta de 8,79% e 7,54%, respectivamente.

O dólar comercial subiu de R$ 1,869 para R$ 2,01 com a volta da apreensão e do medo nos mercados. Foi o maior salto desde o fim de 2008, depois da quebra do banco Lehman Brothers nos EUA.

O cenário adverso também impulsionou o ouro, metal que se beneficia em época de crises, guerras e catástrofes naturais -mas de negociação mais difícil para o investidor comum. Apesar da crise na Europa, até o euro teve recuperação, ao subir 6,8%.

Na ponta oposta, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, mantém queda de 4,23% no ano, postergando a expectativa dos que previam uma recuperação dos mercados, como ocorre nos EUA.

A Bolsa de Nova York terminou o semestre com alta de 5,42% no índice Dow Jones. A Nasdaq, em que são negociados papéis de tecnologia, subiu 12,66%.

As perdas da Bolsa poderiam ter sido maiores se não fosse, ontem, uma recuperação generalizada dos mercados com um acordo europeu para recapitalizar os bancos espanhóis e italianos.

JUROS

No Brasil, a novidade foi a queda dos juros reais (descontada a inflação) para o patamar inédito de 3%.

No semestre, os juros da dívida do governo desceram de 12,5% para 8,5%, a menor taxa nominal da história.

A mudança obrigou o governo a mexer na correção da poupança, que até então tinha rendimento mínimo de 6,17% ao ano mais TR.

Desde 4 maio, a chamada nova poupança (válida para novos depósitos) tem rendimento líquido de 70% da taxa Selic -5,95% ao ano ou 0,48% ao mês. Foi o primeiro retorno mensal da nova poupança. A velha poupança rendeu 0,5% e acumulou alta de 3,31% no semestre.

Apesar da mudança, poucos fundos DI e de renda fixa conseguirão nos próximos meses bater a poupança após descontadas as taxas de administração e o Imposto de Renda. Para empatar com a poupança, a taxa de administração deve ser de até 1%.

FUNDOS

No semestre, os fundos DI tiveram rendimento bruto de 4,63% -3,94% se descontado um imposto de 15% (após dois anos) e 3,59% na alíquota de 22,5% (antes de seis meses).

Os fundos de renda fixa tiveram ganho bruto de 5,45% (4,22% a 4,63% líquidos, dependendo do IR).

Em junho, nenhuma aplicação atrelada a juros bateu o IGP-M, que ficou em 0,66%.

Os fundos DI renderam 0,63% bruto (0,49% a 0,54% líquido, dependendo do IR).

Para o segundo semestre, as perspectivas de recuperação dos mercados continuam restritas por causa da crise europeia e da perspectiva de menor crescimento no Brasil.

"Houve um grande alívio [na Europa], mas nada concreto para a recuperação definitiva no continente", disse Mauro Halfeld, da Universidade Federal do Paraná. (TONI SCIARRETTA)

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