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Depois de dois dias de queda, ações de Eike voltam a subir

Petroleira OGX avança 8,71% e é a terceira ação mais valorizada do dia; mineradora MMX lidera, com 17%

Papéis do grupo do bilionário brasileiro haviam caído por causa de anúncio de produção menor que a esperada

DO RIO

Depois de dois dias de fortes quedas, as ações das empresas do grupo EBX, de Eike Batista, registraram altas.

Estopim da crise que levou o grupo a perder, em dois dias, R$ 13,809 bilhões em valor de mercado, a petroleira OGX fechou o pregão de ontem da Bolsa de São Paulo em alta de 8,71% -a terceira ação mais se valorizou no dia.

A mineradora MMX teve resultado ainda melhor, de 17%, figurando no primeiro lugar dos maiores ganhos da Bovespa de ontem.

Das sete empresas do grupo de capital aberto, apenas a OSX, de construção naval, continuou caindo -desvalorizou-se em 3,64%. A OSX tem como principal cliente a OGX e, além disso, perdeu seu presidente, Luiz Eduardo Carneiro, para a petroleira.

Carneiro assumirá o cargo no lugar do geólogo Paulo Mendonça, que caiu na noite de quinta, em meio às turbulências que se abateram sobre as ações do grupo.

"O mercado reagiu bem à troca de comando na OGX. O Paulo [Mendonça] era mais de exploração e agora a empresa entra na fase da produção", disse Luiz Otávio Broad, analista da Ágora.

A crise começou na noite de terça-feira, quando a OGX divulgou reajuste na previsão de produção de seu primeiro poço, o Tubarão Azul, na bacia de Campos, no Rio.

Inicialmente anunciada em 20 mil barris de petróleo por dia, a produção foi revista para 5.000 diários. Eike tentou, em vão, acalmar os ânimos, convocando uma teleconferência de emergência.

Em dois dias a OGX e MMX caíram 39,67% e 22,84%, respectivamente.

No Brasil, JPMorgan, Itaú BBA, HSBC reduziram suas perspectivas para os papéis das empresas. Nos EUA, o Merryll Linch BofA baixou o preço alvo das ações do grupo de R$ 19,50 para R$ 7,30. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu esclarecimentos à empresa.

A OGX se justificou, afirmando que não esperava oscilação tão grande dos papéis e disse que a reação negativa decorreu de uma interpretação errada do mercado acerca das condições de sua produção na bacia de Campos.

FISSURA

O analista da corretora Planner Luiz Francisco Caetano discorda.

"Pode ter havido reação exagerada, mas investidores compraram a capacidade do Eike de entregar o que prometeu e aconteceu uma fissura nessa confiança."

Caetano considerou que a empresa foi otimista demais ao prever uma produção de 20 mil barris diários, quando a média da produção da Petrobras na Bacia de Campos é de cerca de "3.000 a 4.000 barris por poço".

"Na ânsia de mostrar serviço eles divulgaram esses números. 20 mil por poço só nos super campos da Petrobras no pré-sal", avaliou. (LUCAS VETTORAZZO e DENISE LUNA)

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