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Empresas investem em carro 'brasileiro'

Montadoras recorrem à engenharia para ganhar competitividade produzindo veículos com mais conteúdo local

BNDES vai financiar R$ 1 bi às marcas neste ano; inovações, como sensores de cansaço, devem aumentar

DO RIO

A concorrência acirrada ressuscitou investimentos em engenharia no setor automotivo e está levando montadoras a apostar na fabricação de veículos "mais brasileiros".

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) estima desembolsar ao menos R$ 1 bilhão neste ano às marcas no país.

Como resultado, já está cada vez mais comum encontrar carros com inovações, como sensores -de cansaço, de obstáculo e de estacionamento- e calibradores -para a explosão do airbag e para o ajuste do cinto de segurança de acordo com o peso do motorista, no caso de colisão.

No ano passado, o BNDES desembolsou R$ 531 milhões por meio do Proengenharia (programa de financiamento à engenharia nacional) para investimentos das montadoras na área. O aumento foi de 441,8% ante 2008, quando o programa foi lançado.

"O Brasil se tornou importante mercado para as indústrias automotivas e os investimentos em engenharia são necessários para garantir a competitividade e reduzir custos de produção", diz Arnaldo Brazil, da consultoria MSX International.

Só à Fiat, o banco emprestou R$ 400 milhões para o novo Palio, o novo Uno, o Bravo e o Punto.

A Renault foi a primeira beneficiada neste ano, com

R$ 373,5 milhões, para criar um novo carro brasileiro.

Hoje, há seis projetos no BNDES à espera de recursos do Proengenharia. Além das montadoras, a linha atende fábricas de autopeças e aquelas voltadas a abastecer as Forças Armadas. Os projetos são mantidos em sigilo.

QUEDA DOS JUROS

Como estratégia para aumentar os investimentos no setor, o governo reduziu em maio os juros cobrados no programa, de 6,5% para 5,5% ao ano -redução válida até 31 de agosto deste ano.

Para o vice-presidente da Ford na América do Sul, Rogelio Golfarb, o novo regime automotivo brasileiro, surgido após o aumento das vendas dos importados no país, tem normas voltadas aos investimentos em engenharia.

"Estamos investindo pesado na engenharia local, sustentados em quatro pilares: sustentabilidade, segurança, criatividade e qualidade cada vez maior nos veículos colocados no mercado", afirma.

Na fábrica da Renault, em São José dos Pinhais (PR), uma área foi isolada para desenvolvimento do novo veículo. Cerca de 600 engenheiros trabalham no projeto e em outras áreas da marca. A produção local será ampliada de 47 para 60 veículos por hora.

"O Brasil é um dos cinco centros de design da Renault no mundo. A meta é aumentar as vendas para 220 mil veículos por ano no país", diz Alain Tissier, vice-presidente da montadora no Brasil.

(VENCESLAU BORLINA FILHO)

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