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Vaivém MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br Petróleo também prejudica balança comercial Depois de segurar, ao lado da soja, o saldo comercial nos primeiros meses do ano, o petróleo agora contribui para o deficit da balança brasileira. A receita obtida com os embarques de petróleo -terceiro item mais relevante na pauta exportadora de commodities- caiu 37% em junho em relação a igual mês de 2011, pela média diária. O curioso é que a retração nas cotações internacionais contribuiu pouco para esse resultado -o Brent acumula queda de 13% em 12 meses. Enquanto o preço médio dos embarques brasileiros caiu 5% no mês passado, o volume exportado foi 34% menor do que há um ano. Estoques formados em alguns importadores no primeiro semestre explicam, em parte, a retração no volume de vendas, segundo o analista Marcel Carneiro, que cobre o setor na Lafis Consultoria. O temor de que as restrições ao Irã afetassem a oferta de petróleo levou algumas nações a antecipar compras, devido ao receio de escassez do produto. É o caso, por exemplo, dos EUA, que registraram em junho o maior nível de estoques desde 1990. Ao mesmo tempo, as previsões de crescimento da economia mundial foram se deteriorando por causa da crise na Europa e de seus efeitos sobre a economia chinesa. Tais revisões resultaram em menor demanda e em menores preços para o petróleo. Essas cotações mais baixas, por sua vez, podem ter desestimulado novos embarques da Petrobras, que calcula, com base nos preços externos, se a exportação será rentável ou não. "Ela pode segurar e vender o petróleo em um momento mais atrativo", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. No acumulado do ano, no entanto, o petróleo ainda contribui positivamente para o saldo da balança, com aumento de 3,6% na receita. Em volume, há queda de 6%. Estimulada pelas altas cotações no mercado externo, a soja mantém crescimento dos embarques, com alta de 22% na receita em junho. No ano, o ganho é de 34%. Entre as maiores quedas, destaca-se o minério de ferro. Também influenciadas pelo cenário macroeconômico, as exportações caíram 17% em junho e 20% no semestre. Ladeira abaixo As exportações de carnes caíram 18% em junho, ante igual mês de 2011, com as receitas somando US$ 951 milhões, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A carne suína apresentou a maior retração, de 29%. Atrasos Os embarques de açúcar em bruto sentem os efeitos do atraso da moagem da cana nesta safra. O volume vendido ao exterior teve retração de 30% em junho. A receita foi 33% menor. Soja paraguaia A Abiove (que reúne as indústrias de óleos vegetais) dobrou sua estimativa para as importações de soja na safra 2012/13. As compras devem somar 100 mil toneladas -mais 150% em relação à safra anterior. Para os gaúchos Com a quebra da safra no Rio Grande do Sul, produtores de biodiesel estão recorrendo à soja do Paraguai e da Argentina, diz Fábio Trigueirinho, da Abiove. Mas o volume é muito pequeno em comparação à produção brasileira. Efeito seca Cresce a preocupação com o clima nos EUA. Segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), 48% das lavouras de milho estão em condições boas ou excelentes. Na semana passada, o índice era de 56% e, há um ano, de 69%. Mercado de clima Os preços do milho reagiram ao boletim do Usda com alta de 2,9% na Bolsa de Chicago. DE OLHO NO PREÇO Cotações Nova York Cacau (US$ por tonelada) 2.282 Algodão (cent. de US$)* 72,15 Mercado interno Suíno (R$ por arroba) 36,60 Frango (R$ por quilo) 1,90
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