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Especulação faz ações do Cruzeiro do Sul dispararem

Um só investidor comprou grande volume de papéis e provocou alta de 57%

Bolsa e reguladores pediram explicações ao banco que, sob regime de recuperação, se prepara ser vendido

JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

Uma suposta ação especulativa levou as ações do Banco Cruzeiro do Sul a uma alta de 57,34% ontem na BM&FBovespa -dia em que a Bolsa registrou alta de somente 1,99%.

Os papéis do Cruzeiro fecharam em R$ 2,25. A movimentação atípica fez a Bolsa pedir explicações ao banco, que, em comunicado, disse "desconhecer qualquer fato além dos comunicados ao mercado que possam afetar os volumes ou o preços de suas ações negociadas".

A Folha apurou que o Banco Central e a CVM também acionaram o banco, que está sob regime de recuperação desde 4 de junho com um rombo de R$ 1,3 bilhão.

Atualmente, o Cruzeiro do Sul está sendo administrado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que tenta saneá-lo para a venda.

A alta dos papéis fez as autoridades reguladoras, e o próprio mercado, acreditarem que a instituição poderia estar sendo vendida. Poderia ser, portanto, indício de que investidores tiveram acesso a informação privilegiada.

Às autoridades o banco negou qualquer negociação em curso, até porque os técnicos do FGC ainda estão levantando o tamanho do rombo. Ainda segundo apurou a Folha, ele é maior que o valor previamente detectado pelo BC, mas ainda não há um número fechado.

ESPECULAÇÃO

Uma pessoa ligada ao Cruzeiro do Sul que não quis se identificar confirmou que a alta de ontem nas ações do banco se deve a um único investidor. Ele adquiriu sozinho um considerável volume de papéis do banco, o que fez o mercado acreditar que o FGC teria encontrado um comprador para a instituição.

Até o encerramento desta edição, a reportagem não conseguiu contato com o investidor, que já se envolveu em situações desse tipo anteriormente com outras empresas. Em uma delas, ele chegou a fechar um termo de compromisso com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para escapar de um processo sancionador.

Consultada, a CVM disse que não comenta casos específicos e que "acompanha e analisa as movimentações do mercado, tomando as medidas cabíveis, quando necessário".

O BC afirmou que não comenta informações de pessoas não identificadas e, por isso, não se manifestaria.

Também por sua assessoria, o Cruzeiro do Sul disse que não iria se pronunciar.

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